Moradores das ilhas em Porto Alegre aproveitam tempo bom para limpar suas casas

Moradores das ilhas em Porto Alegre aproveitam tempo bom para limpar suas casas

Após dias de chuva, capital gaúcha amanheceu com a volta do sol

Felipe Faleiro

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O sol voltou a brilhar forte nesta sexta-feira em Porto Alegre, após o mau tempo da quinta e das chuvas históricas dos dias anteriores. A mudança no clima fez com que moradores das ilhas da Capital busquem retomar suas rotinas aos poucos, acelerando o trabalho de limpeza de suas casas e pátios.

Na Ilha Grande dos Marinheiros, o mecânico Roger Cláudio Bressan andava pela manhã ainda em meio à água, acompanhado de sua esposa, a dona de casa Berenice Viviane da Silva. Ambos moram na ilha há mais de 20 anos. “Temos barco, mas hoje preferimos sair a pé. A água já baixou bastante”, salientou ele, que prefere não relembrar a enchente ainda mais devastadora de 2015 na área. A auxiliar de serviços gerais Lidiane Gomes mora com o irmão em uma residência cujo pátio seguia alagado na sexta. 

“Falei para o meu patrão que, caso seguisse com água aqui, não conseguiria trabalhar. Ele entendeu bem”, afirmou Lidiane. Já na Ilha da Pintada, a Defesa Civil de Porto Alegre registrou nesta manhã nível de 2,16 metros na régua de medição manual, representando queda de 26 centímetros em 24 horas, ainda acima da cota de alerta, de dois metros, mas já abaixo do nível de inundação, de 2,20 metros.

De acordo com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), 38 pessoas estavam no abrigo provisório montado na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem. A rua Nossa Senhora da Boa Viagem, a principal da ilha, seguia com pontos onde a água alcançava a altura da cintura, e o movimento de barcos havia aumentado na via. 

O pescador Joel Garcia era um deles. Ele tem um depósito de materiais em uma área alagada na avenida. “Faltou um pouco de água para entrar ali. Fizeram esse aterro de forma muitos rasa, então acontece isto. Se chover o que está previsto na próxima semana, vai complicar ainda mais”, afirmou. Perto dali, moradores em embarcações também conduziam o gado em meio ao banhado cheio d’água.


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