MP denuncia ex-vereador por apropriação de valores de cooperativa de Farroupilha

MP denuncia ex-vereador por apropriação de valores de cooperativa de Farroupilha

A esposa e filhos também foram implicados no caso

Celso Sgorla

Raul Herpich exerceu o cargo de Presidente das Cooperativas Habitacionais Terra Nossa e Meu Pedaço de Chão

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O Ministério Público (MP) denunciou o ex-vereador de Farroupilha Raul Herpich, a esposa e filhos do casal por formação de quadrilha e apropriação indébita de valores de mais de cinco mil vítimas. A denúncia foi apresentada nesta terça-feira à Justiça em Farroupilha.

Conforme a promotora Jeanine Mocellin, que assina a denúncia, Herpich, que agora é suplente de vereador, cometeu irregularidades enquanto exercia o cargo de presidente das Cooperativas Habitacionais Terra Nossa e Meu Pedaço de Chão, entre março de 2008 e julho deste ano. Durante o período, ele teria se apropriado dos valores pagos mensalmente pelos cooperados, cuja soma ultrapassa R$ 1 milhão e nenhum terreno foi entregue. A denúncia pede, ainda, fixação de indenização a todas as vítimas.

Segundo o MP, durante os mais de dez anos que permaneceu no exercício do cargo de presidente de ambas cooperativas habitacionais, Raul Herpich sempre tomou as decisões de ordem econômica e social de interesse das entidades, sem a participação dos demais membros do Conselho de Administração, contrariando as disposições estatutárias. Conforme as investigações do MP, ele movimentava as 44 contas bancárias das cooperativas e tinha autonomia para baixar os títulos emitidos pelo banco.

No controle interno de Herpich, não havia discriminação se os valores, que variavam entre R$ 50 e R$ 100, dependendo da cooperativa, tinham sido pagos ao banco ou diretamente a ele. No dia 19 de junho deste ano, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão, foram apreendidos milhares de carnês de associados na sede das cooperativas habitacionais.

A análise dos carnês apreendidos possibilitou a conclusão de que o pagamento das parcelas diretamente a Herpich era prática corriqueira. O dinheiro era depositado nas contas dele, de sua esposa e filhos.

A reportagem ligou diversas vezes para o vereador, mas não obteve retorno.


Correio do Povo
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