Municipários de Pelotas paralisam atividades até sexta-feira

Municipários de Pelotas paralisam atividades até sexta-feira

Servidores pedem reajuste salarial e aguardam resposta. Prefeitura diz estar buscando alternativas para melhorar a proposta

Angélica Silveira

Grupo protestou nessa quarta-feira em frente ao prédio da administração municipal

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Os servidores municipais de Pelotas paralisaram suas atividades por três dias a partir dessa quarta-feira, até que recebam uma resposta do município ao pedido de reajuste salarial. A decisão foi aprovada por ampla maioria em assembleia na terça-feira. Pela manhã, centenas de servidores protestaram, com faixas, gritos e carro de som em frente à prefeitura, chegando a impedir a passagem de veículos na esquina da praça Coronel Pedro Osório com a rua Marechal Floriano.

Segundo a presidente do Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp), Tatiane Rodrigues, durante a pandemia havia a portaria do governo federal que impedia reajustes, mas em 2019 a categoria já não teve reajuste em Pelotas. “Estamos há três anos sem reajuste. Mandamos o pedido de pauta para a prefeita no dia 2 de maio, que incluía condições dignas de trabalho, vale-alimentação, reajuste, passando por base de cálculo. A maioria dos salários dos servidores está abaixo do salário-mínimo, e pedimos que parta de pelo menos R$ 1.215. Esperávamos que a resposta viesse em breve”, relatou.

Tatiane disse ainda que um documento chegou na última sexta-feira confirmando que a prefeitura poderia responder até o dia 27. “O nosso raciocínio é que já que a prefeita não está priorizando os trabalhadores, nem para responder, decidimos que estamos paralisando até sexta-feira. Se ela não responder teremos uma nova assembleia na próxima segunda-feira”, frisou.

A programação da mobilização para esta quinta e sexta-feira é de panfletagem, com saída às 10h30min em frente à prefeitura. “Vamos para as paradas de ônibus para que a comunidade entenda o que está ocorrendo, que não estamos deixando de prestar o serviço por querer”, observou Tatiane. Segundo o sindicato, o município conta com aproximadamente 8 mil servidores públicos na ativa. 

A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, lamentou a iniciativa de paralisação dos serviços e informou que está demorando para dar a resposta porque está buscando alternativas para melhorar a proposta. “Não é descaso. É tentar valorizar o servidor e chegar na melhor proposta possível”, citou.

Conforme a prefeitura, no primeiro dia de paralisação foram afetados serviços de saúde, assistência social e educação no município. Diversas Unidades Básicas de Saúde estão fechadas, assim como algumas farmácias distritais. Na zona rural, alunos de algumas escolas não puderam se deslocar para as aulas, pois não havia transporte com a paralisação dos motoristas.


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