"Nosso vale-refeição está congelado desde 2018", diz presidente do Sindimetrô RS, que planeja greve

"Nosso vale-refeição está congelado desde 2018", diz presidente do Sindimetrô RS, que planeja greve

Entidade rebate afirmação da Trensurb de que as diferenças entre proposta da empresa e pauta seriam "muito pequenas"

Kyane Sutelo

A previsão é de que os metroviários paralisem por 24 horas, no sábado.

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Após anúncio de paralisação no sábado, caso não haja negociação com a Trensurb, o presidente do Sindicato dos Metroviários do Rio Grande do Sul (Sindimetrô RS), Luis Henrique Chagas, expôs suas motivações. Segundo ele, há 6 anos não recebem “sequer a reposição da inflação” nos salários. 

O presidente do Sindimetrô RS rebateu a afirmação feita pela Trensurb ao Correio do Povo, em nota, de que “considera que as diferenças entre a pauta apresentada pelo Sindimetrô-RS e a proposta da empresa são muito pequenas”. Chagas disse que “não é pequena não, pelo contrário, é muito grande”.

Conforme o sindicalista, a empresa ofereceu 3%, enquanto eles buscam a reposição da inflação do período e perdas de 11% nos últimos 4 anos, além de defasagem de 38% em benefícios. "Nosso vale-refeição está congelado desde 2018", detalhou Chagas. 

Com data-base, destinada à correção salarial, de 1º de maio, a categoria ainda não chegou a um acordo com a Trensurb, e se mobiliza para uma greve. Os metroviários pedem também que a Trensurb seja retirada do Programa Nacional de Desestatização (PND).

Expointer

A greve está prevista para o primeiro dia da Expointer, no sábado. Conforme anúncio dos rodoviários, caso não haja proposta que considerem mais atrativa pela empregadora, ficarão paralisados das 00h de 26 de agosto às 00h de 27 de agosto. Também estão prevendo piquetes na frente da sede administrativa da Trensurb.

A escolha pela data foi articulada em função da quantidade de pessoas impactadas pelo evento, ocorrido em Esteio, chamando a atenção para a pauta. “Não existe Expointer sem Trensurb, e não existe Trensurb sem trabalhadores(as)”, disse o Sindimetrô RS, na nota de divulgação da mobilização.

A paralisação deve ser votada em assembleia na sexta-feira e o presidente afirmou esperar que ela não precise ocorrer. “Esperamos que a empresa se sensibilize e vá a Brasília falar com os órgãos competentes para que consiga, no mínimo, a reposição salarial. Não estamos pedindo nada fora do comum”, disse Chagas.

A Metroplan, que costuma aplicar plano de contingência nesses casos, com incremento de linhas de ônibus, afirmou que não irá se manifestar, pois ainda não há certeza da paralisação.


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