O que se sabe até agora sobre as centenas de animais encontrados mortos na praia do Cassino?

O que se sabe até agora sobre as centenas de animais encontrados mortos na praia do Cassino?

Defesa Civil de Rio Grande que monitorava possíveis casos de Gripe Aviária identificou mais de uma centena de animais mortos na areia da praia

Angélica Silveira

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Autoridades ainda investigam as causas da morte de centenas de animais aquáticos encontrados entre a praia do Cassino, em Rio Grande, e o Farol do Albardão, em Santa Vitória do Palmar, no litoral Sul do RS. As carcaças foram identificadas por uma equipe da Defesa Civil de Rio Grande que realizava o monitoramento da gripe aviária. Somente no sábado, foram encontrados 68 toninhas (espécie de golfinho), 38 tartarugas,12 leões marinhos, três baleias, 14 aves e centenas de peixes, em uma distância de 157 quilômetros.

A remoção dos animais mortos é feita por especialistas e a orientação é que as pessoas não cheguem perto de animais mortos na beira da praia.

O que se sabe até agora sobre o que pode ter causado as mortes

Conforme a coordenadora do Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande (CRAM/ FURG), Paula Canabarro, a mortandade pode ser devido a interação com a pesca, poluição do ambiente marinho costeiro, entre outras causas. Segundo ela, uma série de monitoramentos são realizados no litoral e muitas carcaças encalham nas praias nas diferentes estações do ano. “No caso das tartarugas, uma das espécies encontradas mortas no final de semana não foi achado diagnóstico de gripe aviária neste grupo, então podem ser diversas causas. Já lobo e leões marinhos estamos monitorando devido ao foco da doença”, destaca.

O Governo do Estado afirma que foram encontrados, neste ano, 891 mamíferos aquáticos (leão e lobo-marinho) em praias gaúchas. Sobre os animais contabilizados no final de semana pela Defesa Civil de Rio Grande, a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (SEAPI) afirma, em nota, que não realizou o teste para gripe aviária. “A Seapi está trabalhando de forma integrada com uma rede de especialistas em animais silvestres que realizam os monitoramentos sistemáticos de encalhes no litoral gaúcho. O encalhe de algumas espécies é considerado dentro da normalidade para esta época do ano, sendo que em caso suspeito de influenza aviária, o serviço veterinário oficial é acionado”, diz a nota.  

Um lobo e um leão marinho, estes vivos, que estavam na praia do Cassino no sábado foram monitorados pelas equipes do CRAM e do Ibama e no domingo com o auxílio da Patram foram removidos para um local mais distante da praia. “Eles estavam na área de banho. Estes animais usam a praia para descansar e o mar para se deslocar e se alimentar. Com isto a faixa de areia acaba sendo uma área de repouso. Por causa do protocolo de biossegurança levamos eles em jaulas e a equipe usou equipamentos de proteção para manejar os animais”, explica. 


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