Orla do Guaíba: opiniões divergem sobre proibição de venda de bebidas

Orla do Guaíba: opiniões divergem sobre proibição de venda de bebidas

Comerciantes avaliam que perdas não serão grandes, pois muitos trazem "kits" de casa

Paula Maia

Frequentadores da Orla salientaram que maioria será prejudicada por alguns grupos

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O decreto da prefeitura de Porto Alegre, proibindo a comercialização de bebidas alcoólicas na Orla do Guaíba após  a meia-noite, dividiu opiniões. No primeiro dia da implementação, alguns aprovaram a maior sensação de segurança, outros criticaram a limitação.

Paola Salles, é proprietária do Hot Dog e Churrasquinho localizado no trecho 3 da Orla do Guaíba há dois anos. Ela  trabalha a noite toda, não vende bebidas, e expressou sua aprovação em relação ao Decreto que estabelece regras de convivência nos trechos 1, 2 e 3 da Orla do Guaíba e no Parque Marinha do Brasil.

Ela afirma que, durante a noite, trabalha com a insegurança devido ao grande número de pessoas e pouca fiscalização, o que favorece os tumultos. Paola acredita que a proibição da venda de bebidas alcoólicas resultará em uma situação mais tranquila no local.

Essa opinião também é compartilhada por Elisandra, conhecida como Leleca,  que vende bebidas no local desde outubro do ano passado. "Em último caso eles compravam bebidas aqui. Mas eu também não fazia muita questão, porque eu gosto de trabalhar com a venda para as famílias", declarou.

Ela menciona que vende principalmente  coco, água e refrigerante e observa que as pessoas que consomem bebidas alcoólicas  no local já costumam levar seus próprios kits. Desta forma,  o Decreto não afetaria suas vendas durante a noite.

Alguns jovens presentes na primeira noite de fiscalização não estavam cientes do decreto e das novas regras estabelecidas. Arthur, um skatista de 20 anos, que estava bebendo cerveja com um grupo de amigos, afirma que gosta de frequentar o local para andar de skate e tomar sua bebida .

No entanto, ele ressalta que muitas pessoas que vão para a Orla não estão lá para praticar esportes e acabam abusando do consumo de álcool e outras drogas.  Embora ele admita que não ficaria satisfeito em não poder beber sua cerveja, ele continuará indo ao local para praticar seu esporte.

Martheus, de 17 anos, que estava bebendo vinho com um amigo, mencionou que não gostou da notícia porque é uma das pessoas que vai com seu grupo de amigos beber na Orla. Ele afirma que uma minoria vai  ser prejudicada pelas ações de alguns indivíduos. Ele observa que muitos grupos de amigos  consomem suas bebidas   sem causar tumulto, ao contrário de outros grupos.  Ele também destaca que o maior problema não é o álcool, mas sim a venda de drogas no local.

Sérgio, de 51 anos, também  frequenta a Orla. Ele  menciona a venda de drogas no local e acredita que a proibição de bebidas alcoólicas não terá um grande impacto, pois o problema principal não seria álcool.

O comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento, afirma que, inicialmente, será realizado um trabalho de informação e conscientização para os frequentadores da orla. "Esperamos que os usuários colaborem. Trata-se de um regramento novo. Vamos deixar como última medida, as ações mais enérgicas, caso necessário", explicou


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895