Parque Harmonia: GAM3 Parks diz que suspensão de obras deixa Acampamento Farroupilha "em aberto"

Parque Harmonia: GAM3 Parks diz que suspensão de obras deixa Acampamento Farroupilha "em aberto"

Concessionária administradora do local emitiu nota em que expressa "preocupação" com decisão judicial

Felipe Faleiro

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A GAM3 Parks, concessionária responsável pela gestão do Parque Harmonia, em Porto Alegre, emitiu nota nesta terça-feira em que expressa “preocupações” com a realização da atual edição do Acampamento Farroupilha, em razão da suspensão das obras nesta segunda-feira, após aceitar ação popular de movimentos ambientais. Conforme a empresa, a obra de infraestrutura do evento em si, que deveria ter iniciado hoje, “enfrenta um entrave”. Já os piquetes começam a ser montados no próximo dia 12.

A justificativa para esta declaração é a de que, segundo a GAM3 Parks, estão afetados os trabalhos nas áreas de infraestrutura e drenagem. A empresa também argumenta que não há definição sobre quanto tempo as obras devem permanecer suspensas, assim como o que as autoridades definem como a revitalização do Harmonia e as obras de montagem do Acampamento. “Essa indefinição impossibilita a realização de qualquer atividade, deixando em aberto a viabilidade da realização do evento este ano”, comenta a GAM3 Parks.

A empresa afirma não existir outra possibilidade para o evento, apenas o Harmonia, onde tradicionalmente ocorre. “O processo de melhoria até aqui realizado visou qualificar diversos setores do parque, atendendo a uma demanda constante dos piqueteiros que participam do evento. A iniciativa tinha como objetivo proporcionar um ambiente mais adequado e seguro durante o Acampamento Farroupilha, que reúne anualmente milhares de pessoas para celebrar as tradições gaúchas”, encerra a nota da empresa.

A ação popular, aceita pela juíza Gabriela Dantas Bobsin, da 10ª Vara da Fazenda Pública da Capital, se baseia em declarações do arquiteto Alan Cristian Furlan, ex-diretor da GAM3 Parks, que denunciou a obra ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo do RS (CAU-RS) e ao Ministério Público gaúcho (MPRS), bem como da também arquiteta Eliana Castilhos, autora do Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) do projeto de revitalização do parque, que alegaram haver modificações no projeto não previstas originalmente.

Hoje pela manhã, durante a assinatura da ordem de início das obras de revitalização asfáltica em vias de Porto Alegre, no bairro Morro Santana, o prefeito Sebastião Melo voltou a dizer que o acampamento vai acontecer “de qualquer jeito”. No Twitter, Melo também escreveu que “não existe devastação”. A Prefeitura deverá recorrer da decisão, via Procuradoria-Geral do Município (PGM), na segunda instância, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).


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