Pelotas, Capão do Leão e Jaguarão decretam situação de emergência por conta da estiagem

Pelotas, Capão do Leão e Jaguarão decretam situação de emergência por conta da estiagem

Municípios podem ir em busca de recursos estaduais para amenizar os prejuízos causados pela falta de chuvas

Angélica Silveira

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Pelotas, Capão do Leão e Jaguarão entraram na lista dos decretos de situação de emergência por causa da estiagem homologados pelo governo do Rio Grande do Sul. Com isso, as autoridades municipais podem ir em busca de recursos estaduais para amenizar os prejuízos causados pela falta de chuvas.

Os decretos seguem os trâmites em busca do reconhecimento da União. “O decreto municipal habilita o município a desencadear várias ações de auxílio às populações atingidas. A homologação estadual habilita a receber recursos estaduais e o reconhecimento federal libera o recebimento de recursos da união”, disse o coordenador da Defesa Civil de Pelotas, Paulo dos Santos. No final do mês passado os prejuízos na maior cidade da região sul já passavam dos R$ 115,2 milhões na produção.

Os maiores danos são registrados nas lavouras de milho e milho silagem que  apresentam até  45% de quebra e na produção leiteira que reduziu 40%. Para amenizar a situação da população, a prefeitura  tem mantido o abastecimento de 3,2 mil famílias  com a ajuda de caminhões-pipa do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep). A barragem Santa Bárbara, que abastece  60% da cidade, está nesta terça-feira 2,28 metros abaixo do nível normal. Segue em vigor no município o decreto de restrição do uso da água a atividades consideradas essenciais, mas o racionamento não está previsto, pois a cidade segue abastecida.

Em Jaguarão, em torno de 85 famílias estão sendo abastecidas por caminhões-pipa. “Não paramos de levar água. Tem uma parte do município que pegou umas chuvas e deu uma amenizada nas plantas, de soja, tem uma outra parte, mais para o lado da divisa de Herval, Arroio Grande que não pegou as chuvas. Além de tudo levamos água para todas as partes do município. Inclusive onde choveu”, relata o secretário de Desenvolvimento Rural, Lindolfo Roberto Holdefer. Em Capão do Leão, a prefeitura segue enviando água à zona rural.  “Estamos esperando que chova e amenize a situação. Seguimos trabalhando com uma retroescavadeira nas propriedades rurais, com duas horas para cada produtor, onde fazemos os serviços de aguada, limpeza de açude. A Assistência Social também leva comida para algumas famílias”, destaca o secretário municipal de Agricultura,  Danilo Leite.

A Emater entregou um laudo atualizado com os prejuízos em Hulha Negra, na Campanha. São mais de R$ 60,5 milhões. Destes, R$ 48,9 milhões são no cultivo da soja. A cidade que é abastecida por poços artesianos segue fazendo racionamento de água, das 13h às 18h, nos cinco poços que abastecem a zona urbana. Na zona rural, o número de famílias que necessitam de ajuda aumentou, tanto que a prefeitura investiu em mais um caminhão-pipa chegando a mais de 450 locais. O serviço é realizado diariamente pela Secretaria Municipal de Agropecuária.


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