Prefeitura pede reconsideração de liminar que barra obras no Harmonia e Melo se reúne com juíza

Prefeitura pede reconsideração de liminar que barra obras no Harmonia e Melo se reúne com juíza

Mais cedo, TJ divulgou que magistrada negou solicitação do consórcio GAM3 Parks, que administra o local

Rádio Guaíba

Parque Harmonia antes da montagem do Acampamento Farroupilha deste ano

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A Prefeitura de Porto Alegre pediu à 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre que reconsidere a liminar que suspendeu, na segunda-feira, as obras de revitalização do Parque Harmonia. Mais cedo, o Tribunal de Justiça divulgou que a juíza Letícia Michelon, havia rejeitado um pedido semelhante, encaminhado pela concessionária GAM3, que administra o local.

A Procuradoria-Geral do Município (PGM) protocolou o pedido na noite desta quarta-feira Mais cedo, o prefeito Sebastião Melo esteve em audiência com a juíza. Acompanharam a agenda o procurador-geral do Município, Roberto Silva da Rocha, e o procurador-geral adjunto de Domínio Público, Urbanismo e Meio Ambiente, Nelson Marisco.

No pedido de reconsideração, a PGM demonstra que, ao contrário do que afirmaram os autores da ação, o Município vem fiscalizando de forma sistemática a obra, inclusive no que se refere ao manejo das árvores do Harmonia. A fiscalização, segundo o recurso, começou em 5 de janeiro deste ano, quando foram feitas as primeiras movimentações no parque. Todos os relatórios produzidos foram entregues ao Judiciário, conforme a prefeitura.

Segundo as informações prestadas à juíza, o Município autorizou a retirada de 435 árvores, mas o consórcio removeu 113, todas de espécies exóticas ao ecossistema do parque. Dessas, 40 tinham risco de queda ou estado fitossanitário ruim e duas já haviam morrido. Como compensação, a prefeitura lembra que serão plantadas quase 500 novas árvores, todas no perímetro do Harmonia. Trinta e oito ipês-amarelos já foram plantados ao longo do canteiro da ciclovia localizada no Trecho 1 da Orla, também objeto da concessão.

Com relação à alegação de que houve alteração do projeto licenciado, o Município demonstra que houve “apenas o aperfeiçoamento dos projetos arquitetônico e complementares, como é de praxe em qualquer obra deste porte”. Na decisão em que manteve a liminar que suspende as obras, a juíza Letícia Michelon também negou o pedido da Associação dos Piquetes do Parque da Estância da Harmonia e do Estado do Rio Grande do Sul (Aspergs) e da Associação dos Acampados da Estância da Harmonia para ingressarem como terceiras interessadas na ação. A magistrada alegou que o objeto inicial teve cunho ambiental, distinto do que defendem as peticionantes – a realização, no Parque, do Acampamento Farroupilha.

No recurso, a concessionária GAM3 Parks pedia permissão para executar obras e serviços destinados à implantação de infraestrutura do evento tradicionalista e de um show do grupo de pagode Sorriso Maroto. De acordo com a magistrada, a documentação apresentada pela empresa é prévia ao início das intervenções. Ela pondera que o consórcio traça “um plano de mitigação/compensação de danos ambientais decorrentes de um evento futuro” sem “confirmar que, iniciadas as obras, foram devidamente respeitados os parâmetros ambientais estabelecidos” no projeto original.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895