Preocupação com a chuvas aumenta entre os ribeirinhos da Fronteira Oeste

Preocupação com a chuvas aumenta entre os ribeirinhos da Fronteira Oeste

Chove em toda a região desde o início da noite de segunda-feira

Fred Marcovici

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A continuidade das chuvas que voltaram a atingir o Estado na noite desta segunda-feira (11) preocupa a população de municípios da Fronteira Oeste, com rios já cheios. Em Uruguaiana, o rio Uruguai está com um volume de 9,16 metros acima do nível normal, o que supera a cota de inundação para o rio, de 8,3 metros. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Paulo Woutheres, há 18 famílias (73 pessoas) desabrigadas no município, dos bairros Mascarenhas de Moraes e Santo Antônio. As águas devem atingir o Nova Esperança e Cabo Luiz Quevedo ainda nesta quarta-feira (13).

Quatro dessas famílias estão no pavilhão do Centro Esportivo Zona Leste e as demais procuraram casa de parentes ou barracas. A precipitação nas últimas 12 horas foi de 35 milímetros na área urbana, com rajadas de vento alcançando 79 km/h. Conforme Woutheres, sem danos materiais. Em Barra do Quaraí, o manancial que leva o nome da cidade mede 7,40 metros e está crescendo. A partir dos 8,5 metros iniciam os problemas da área urbana. A chuva permanece desde a noite de segunda-feira, somando 48 milímetros. De acordo com Izair Rodrigues, coordenador da Defesa Civil, o plano de contingência municipal está montado para possíveis transtornos provocados pelos fenômenos climáticos. Não aconteceram danos nas áreas urbana e rural, até o momento.

Em Itaqui, com o rio Uruguai está um metro acima da cota de inundação, de 8,3 metros. Mede 9,3 metros e ainda está crescendo. Conforme o tenente Valdemarino do Amaral, coordenador da Defesa Civil, 14 casas volantes, dos bairros Ponte Seca e 24 de Maio, usuais na cidade, foram tracionadas nesta segunda-feira para pontos mais altos das margens do rio e quatro famílias de casas fixas foram removidas para abrigos transitórios da Vila Operário e Bonsucesso. A chuva e o granizo danificaram moradias nas localidades do Itaó, Passo da Cachoeira e Curuçú, distantes cerca de 100 quilômetros do centro. A chuva das últimas horas foi de 25 milímetros. 

A estrada vicinal de acesso à localidade do Pintado, no entorno do arroio Cambaí, permanece com o trânsito bloqueado devido ao volume de águas do Uruguai.  O serviço da balsa que liga Itaqui e Alvear, na Argentina, está suspenso. As águas atingiram a Aduana.   

Até o momento, situação é estável em outros municípios da região

O rio Ibirapuitã, em Alegrete, nesta segunda-feira (11) com 10,7 metros, apontou um “repique” de 20 centímetros. No pico da enchente, chegou a atingir 11,14 metros. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Renato Grande, 23 famílias estão desabrigadas e outras 58 desalojadas – ao todo 231 pessoas, incluindo crianças. Os bairros Santo Antônio, Vila Nova, Promorar, Canudos, Vila Izabel e Macedo são os mais afetados pelas águas. O Ginásio Oswaldo Aranha e o antigo posto do bairro Macedo recebem os ribeirinhos afetados que têm sido atendidos por serviço médico e assistentes sociais do município. Nesta segunda-feira (11) houve a incidência de granizo, sem repercussão, e o registro de 72 milímetros de chuvas nas últimas 36 horas. 

Em São Borja, de acordo com o coordenador da Defesa Civil, Moacir Tiecher, o rio Uruguai recuou e mede 10,41m. Até o momento, 20 famílias (58 pessoas) haviam sido removidas, no entorno do bairro do Passo, pela equipe da Secretaria de Infraestrutura. Três famílias de desabrigados estão sendo assistidas no Ginásio Cleto Dória de Azambuja. De acordo com Tiecher, toda a linha do Uruguai está baixando – Alto Uruguai, Itapiranga, Porto Mauá e Porto Lucena, indicando que o rio está recuando com segurança.


Correio do Povo
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