Protesto paralisa atividades em pelo menos 34 escolas da região de Santa Cruz do Sul

Protesto paralisa atividades em pelo menos 34 escolas da região de Santa Cruz do Sul

Manifestantes protestaram contra os cortes na educação e contra a reforma da Previdência

Otto Tesche

Protesto começou com uma concentração na Praça Hardy Elmiro Martin

publicidade

Um movimento unificado de diversas classes de trabalhadores realizou uma manifestação na manhã dessa quarta-feira em Santa Cruz do Sul. O protesto começou na Praça Hardy Elmiro Martin, próxima ao Parque da Oktoberfest. As manifestaçãos foram contra a Reforma da Previdência e contra o corte de verbas para a educação por parte do governo federal. O ato reuniu professores, bancários, comerciários e vigilantes, entre outros trabalhadores. Pelo menos 34 escolas estaduais de Santa Cruz do Sul e região paralisaram as atividades ou realizaram algum tipo de atividade alusiva ao protesto.

• Região Metropolitana tem mobilização contra cortes na Educação
• Escolas estaduais aderem ao protesto em Caxias do Sul

Os sindicatos se organizaram através do Comitê Municipal Contra a Reforma da Previdência, levando representantes para a praça. Após a manifestação das classes, os trabalhadores se uniram ao Grito de Alerta, promovido pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag).

"Hoje a pauta é unificada. Todos somos trabalhadores e todos seremos afetados por esta reforma, que na verdade é uma ‘antireforma’, que ataca os aposentados e todos que um dia pensaram em se aposentar, porque representa o fim da previdência pública. Não há o fim dos privilégios, há o fim da classe trabalhadora. Por isso a nossa união é muito importante", destacou o presidente do Sindicato dos Vigilantes e integrante do comitê, Paulo Lara.

A coordenadora do 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, Cira Kauffman, disse que a adesão das escolas causou surpresa. "É um movimento muito grande. Nossa preocupação é com a reforma, que faz os educadores trabalharem 10 anos a mais, e também com os cortes na educação do ensino superior. A nossa categoria está preocupada", disse a coordenadora.

O Sindicato dos Comerciários também participou da manifestação. O vice-presidente da entidade, Marcos de Azeredo, afirmou que a classe está engajada contra a reforma da Previdência e em favor da greve geral, marcada para o dia 14 de junho. "Estamos unindo os trabalhadores, independente do setor. Lutando contra os ataques da Reforma da Previdência, contra a retirada de direitos, contra os cortes de verba da educação e da saúde. Para nós, só há uma saída: a greve geral. Unindo forças", disse.

Além da reforma, a classe também protestou contra os cortes na educação, segundo o vice-presidente. "Não é admissível termos os direitos dos trabalhadores da cidade e do campo retirados, como está proposto. Não é possível aceitarmos que nossos filhos não vão mais ter o direito ao mínimo de educação. Não podemos aceitar que as universidades federais não tenham dinheiro para se sustentar enquanto o presidente gasta absurdos em cartões corporativos e enquanto o STF tem 220 funcionários por ministro. Não podemos aceitar. Os trabalhadores precisam ser respeitados."

A União dos Estudantes Santa-Cruzenses (UESC), o Movimento Mulheres em Luta (MML) e a CSP/Conlutas também participaram da atividade. Após a união dos movimentos, os grupos caminharam em direção ao INSS de Santa Cruz do Sul, percorrendo ruas centrais do município.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895