Rio Grande decreta situação de emergência em função do ciclone

Rio Grande decreta situação de emergência em função do ciclone

Na madrugada de quinta-feira, o vento em Rio Grande chegou a 146 km/h no município

Angélica Silveira

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O Prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, decretou situação de emergência no município, em função do ciclone que passou pela cidade na quinta-feira. Em uma transmissão pela internet, ele justificou a decisão como uma forma de trazer a normalidade o mais rápido possível.  “O decreto vai fazer com que possamos, após o documento ser encaminhado  ao Governo do Estado e ao Governo Federal, auxiliar a partir de levantamentos que fizemos, as famílias que foram prejudicadas com os efeitos do ciclone, em termos de reconstrução de casa, telhas e alimentação”, justificou.

Ele conta que irá começar uma campanha de doações na cidade para auxiliar as famílias que mais necessitam. “Semana que vem tem previsão de chuva, então  precisamos de doações principalmente de  roupas, móveis, para reestabelecer e dar condições mínimas para estas pessoas, para retomarem as vidas”, disse.

Após ser reconhecido pelo Estado, o decreto deve ser enviado ao Governo Federal. Conforme a primeira dama e Secretária Municipal de Desenvolvimento, Inovação e Turismo, Luciane Compiani, as doações de alimentos, telhas, roupas, cobertas e produtos de higiene poderão ser entregues na Prefeitura. “Há um cadastro de pessoas em  situação de emergência. Acredito que tenha no mínimo em torno de  cinco mil famílias”, projeta.

Segundo o Ordenador da Defesa Civil, Rudimar Machado um dos recursos solicitados por Rio Grande é para a compra de telhas. “Na Barra Nova e na Barra são necessárias em torno de 500 telhas. No Maria dos Anjos, em torno de 400, com 100 famílias atingidas e por aí vai”, exemplifica.

Ele explica que após será feito um esforço para entregar o material o mais rápido possível. “Serão de três a cinco mil telhas. Acredito que a recuperação do município está indo rápido.”

Na madrugada de quinta-feira, o vento em Rio Grande chegou a 146 km/h. Desde o início a Defesa Civil realizou mais de 12 mil atendimentos. Neste final de semana, conforme Machado, o trabalho se concentrou na retirada de árvores que caíram em cima de residências. “Após veremos as que tem os riscos de queda, depois as que caíram nas praças, a desobstrução da via e limpeza da cidade, além do cadastramento das famílias mais necessitadas”, observa.

A Prefeitura também deve arrumar as ruas e principalmente nos bairros sem calçamento. “Acredito que até terça-feira se consiga fazer isto. Após iremos focar em questão de infraestrutura e embelezamento da cidade”, projeta.

Em Rio Grande, em torno de 10 famílias que tiveram suas residências destruídas permanecem fora de casa. “De um modo geral, todos os bairros foram afetados. Estamos trabalhando em conjunto com a Zeladoria, Secretarias do Cassino, Assistência Social, motoristas da Secretaria de Educação também estão ajudando. A Secretaria do Meio Ambiente está cuidando das podas além da Procuradoria que também está junto”, afirma.

Um dos maiores problemas que Rio Grande ainda enfrenta é a falta de energia elétrica. “Ainda tem poste, transformador e fio energizado no chão”, relata. No final da tarde deste sábado ocorreram três protestos por falta de energia elétrica. Os moradores dos arredores da Estrada Roberto Socoowski próximo ao bairro Castelo Branco protestaram usando pneus, faixas e galhos. Os outros dois ocorreram na BR 392, no final da tarde, um próximo a Vila Mangueira e outro próximo à Vila da Quinta.

Segundo o mais recente boletim da CEEE Equatorial, 7 mil unidades seguem sem luz na cidade. Por meio de sua assessoria, a empresa disse que todas as comunidades que realizaram manifestações já foram atendidas. “Importante esclarecer que o Ciclone Extratropical foi um fenômeno dos mais impactantes da história do Rio Grande do Sul. Em Rio Grande já reduzimos o número de clientes impactados de 75 mil para 7 mil em três dias. Estamos com 40 equipes, na cidade, o quadruplo do que costumamos ter”, diz a nota.


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