Temporal expõe falhas e põe CEEE Equatorial mais uma vez no alvo de críticas

Temporal expõe falhas e põe CEEE Equatorial mais uma vez no alvo de críticas

Eduardo Leite voltou a falar em cassação de concessão; Sebastião Melo fez cobranças públicas

Correio do Povo

Em Porto Alegre, temporal derrubou árvores e postes e deixou milhares sem energia

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O temporal que causou estragos em diversos municípios do Rio Grande do Sul entre a terça-feira, 16, e a quarta-feira, 17, deixou milhares de pontos sem energia e consumidores sem resposta ou previsão de retomada do serviço. Diante de novo evento climático extremo, a CEEE Equatorial voltou a ser alvo de críticas públicas por parte de gestores políticos.

Além da falta de energia elétrica, a companhia deixou boa parte da população sem respostas. Na manhã desta quarta-feira, quando mais de 600 mil pontos estavam sem luz em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo reclamava nas redes sociais que não conseguia contato com a CEEE Equatorial.

“Já que a direção da CEEE Equatorial não atende o telefone nas últimas horas, fazemos um apelo para que alguém da empresa compareça ao Ceic e nos auxilie na governança conjunta para retomar a normalidade”, publicou o prefeito na rede social X.

Se o prefeito se queixava de falta de atenção da companhia aos problemas que atingiam a cidade como um todo, os clientes que tentavam contato pelo WhatsApp da companhia, recebiam como resposta da atendente virtual “não consegui completar sua consulta” e eram orientados a tentar novamente mais tarde.

Não é a primeira vez que o prefeito da Capital vem a público criticar a companhia. No dia 2 de janeiro, quando um temporal atingiu Porto Alegre e moradores ficaram sem água e sem energia, Melo atribuiu parte do problema à CEEE, em função da demora no restabelecimento da energia em casas de bombas. Em dezembro de 2023, Melo já havia atribuído à companhia parte da responsabilidade pela falta de água na cidade.

- Acompanhe os estragos do temporal no Rio Grande do Sul

Leite volta a falar em retirada de concessão

Eduardo Leite afirmou que o Grupo CEEE Equatorial precisa “melhorar sua relação com as autoridades e com a sociedade”. O governador ponderou que compreende a gravidade do evento climático, mas ressaltou o dever da companhia em prestar esclarecimentos.

Leite falou na possibilidade de aplicação de multas e até mesmo de perda de concessão por parte da empresa. "Nós temos a expectativa de que a empresa mude a sua postura e se não fizer isso ao longo do tempo, ela pode enfrentar um processo de retirada da sua concessão", expressou.

As reclamações de demora no restabelecimento da energia após temporais e as críticas ao atendimento aos consumidores prestado pela CEEE não são novas e se intensificaram após a privatização da companhia, que foi vendida ao grupo Equatorial, em 2021.

Em julho do ano passado, após a passagem de um ciclone pelo Estado, Pelotas, terra do governador, chegou a ficar 13 dias sem energia. Na ocasião, Leite se reuniu com prefeitos da região e fez cobranças públicas à companhia e afirmou que a situação não podia “ser aceitável”. Naquela ocasião, o governador já citava a possibilidade de cassação da concessão da CEEE Equatorial.

"Cabe à agência reguladora apurar o que aconteceu e até estabelecer, se for o caso, sanções à companhia, que podem chegar inclusive à cassação em caso de recorrência no descumprimento das obrigações. Claro que não é o que queremos. Buscamos, sim, o bom serviço prestado à população", afirmou

Multa de 24,3 milhões

Em outubro de 2023, a companhia foi multada pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs) em R$ 24,3 milhões. De acordo com a agência, a multa foi motivada por “baixa qualidade do serviço prestado”, “descumprimento parcial do plano de resultados de 2022”, “precariedade da manutenção”, “descumprimento de contrato”, desrespeito a normas federais e “insatisfação generalizada”, citando prefeitos, vereadores e usuários.

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