Internações em UTIs de Porto Alegre recuam, mas casos ativos de Covid-19 quase dobram
Ocupação por infectados registra o mesmo número do dia 25 de julho, no entanto, casos em tratamento avançaram 44%
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O número de pacientes com a Covid-19, que estão em tratamento nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais de Porto Alegre, voltou ao mesmo patamar de 30 dias atrás, com 310 infectados internados, indicam dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). No entanto, os casos ativos - aqueles em que são desconsiderados os recuperados e mortos - quase dobraram em um mês. No dia 25 de julho, a Capital contabilizava 3.379 pacientes com a doença. Nesta terça-feira, o número chegou a 6.022, um avanço de 44%.
No final do mês passado, Porto Alegre ainda mantinha restrições rígidas ao funcionamento do comércio e um incentivo ao isolamento social na cidade. Na ocasião, em casos totais de coronavírus, a SMS contabilizava 7.617 infectados, com 3.952 recuperados. No sistema hospitalar de saúde, 310 pacientes estavam internados e a taxa de ocupação se mantinha próxima aos 90%.
No começo de agosto, por conta do final de semana do Dia dos Pais, no dia 9, o Executivo municipal iniciou um movimento de flexibilização para às atividades econômicas e os serviços. No dia 10, a prefeitura de Porto Alegre publicou um novo decreto, que permitia o funcionamento de diversos estabelecimentos de quarta a sexta-feira. No dia 14, novas liberações, desta vez, ampliando os horários para segunda a quinta-feira, das 10h às 17h. Junto à isto, a SMS passou a observar uma estabilização no número de novos casos em UTIs, o que motivou o avanço nas permissões segundo a prefeitura.
Desde a sexta-feira passada, dia 21, está em vigor um novo decreto permitindo a abertura do comércio de segunda a sexta. Em meio às liberações, o número de casos de Covid-19 em Porto Alegre saltou para 21.840 infectados, com 15.162 recuperados e um crescimento de 2.643 casos ativos. Atualmente, são 6.022 os pacientes que possuem a doença. A situação das UTIs - que avançou ao longo dos 30 dias, tendo picos de 344 pacientes em tratamento - voltou ao mesmo patamar do dia 25 de julho e mantém a situação estável, em patamar alto - com taxa de ocupação na faixa dos 90%. - o que é considerado um motivo de alerta por infectologistas.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Fernando Spilki, "nas duas últimas semanas sem dúvida não houve um aumento expressivo, mas acontece que o número de casos já estava em um patamar bastante elevado e isso é ruim, pois demonstra que o vírus tende a circular em níveis altos, o que pode trazer efeitos colaterais”, pondera.
