Um dos réus do Caso Kiss passa mal antes de julgamento e diz "não ser assassino"

Um dos réus do Caso Kiss passa mal antes de julgamento e diz "não ser assassino"

Luciano Bonilha era produtor da banda Gurizada Fandangueira, que fazia apresentação na noite da morte de 242 pessoas

Lucas Eliel

Réu no Caso Kiss precisou de atendimento especial do ambulatório do Foro Central

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Começou nesta quarta-feira, no 2º andar do Foro Central de Porto Alegre, o aguardado julgamento do Caso Kiss. Um dos réus, Luciano Bonilha Leão, que era produtor musical da banda Gurizada Fandangueira, que fazia apresentação na noite em que morreram 242 pessoas na tragédia de Santa Maria, passou mal momentos antes do júri ter início. A informação foi confirmada pelo seu advogado, Jean Severo. Na entrada, o acusado chorou e afirmou, aos gritos, que "não é assassino". 

Bonilha, ao chegar no local do julgamento, não quis dar entrevistas à imprensa. Por passar mal, ele precisou de atendimento especial por parte do ambulatório do Foro Central. A acusação afirma que ele apoiou a utilização dos fogos de artifício que entraram em contato com a espuma do teto da boate, sabendo da não recomendação deles para ambientes fechados. Também conforme a denúncia, ele saiu da boate Kiss sem alertar o público sobre o fogo e a necessidade de evacuação, mesmo podendo fazê-lo, levando em consideração que ele tinha fácil acesso ao sistema de som do estabelecimento.

Também são réus no Caso Kiss os sócios da casa noturna Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, e o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos. Todos respondem por homicídio simples (242 vezes consumado, pelo número de mortos, e 636 vezes tentado, número de feridos). 

A expectativa é que o julgamento do Caso Kiss, o maior na história do Rio Grande do Sul, dure duas semanas. Em razão dos protocolos de prevenção à pandemia de Covid-19, serão liberados no plenário do julgamento 124 lugares para acompanhamento do julgamento de forma presencial. Todas as pessoas que estarão no júri do caso Kiss deverão apresentar passaporte vacinal.

A distribuição de lugares para o julgamento de forma presencial será da seguinte maneira: 

Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM): 58 lugares

Imprensa: 12 lugares (sendo oito para a imprensa em geral)

Acusados: 28 lugares (7 para cada um deles)

Familiares que não integram a Associação: 10 lugares

Ministério Público: 2 lugares

Autoridades: 8

Reservados: 6

 

* Com informações dos repórteres Aristoteles Junior e Guilherme Kepler

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