O que esperar das áreas de tecnologia e inovação em 2024

O que esperar das áreas de tecnologia e inovação em 2024

Projeto especial do Correio do Povo reuniu jovens estudantes de escolas públicas e privadas para pensar o futuro

Jonathas Costa

Novos paradigmas estarão cada vez mais em debate

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As transformações, cada vez mais profundas e rápidas, geradas a partir da evolução tecnológica no cotidiano das pessoas, trazem, ao mesmo tempo, facilidades e riscos à segurança de dados pessoais. Esta dicotomia deve se intensificar no próximo ano, segundo avaliam os estudantes, que veem, contudo, um caminho sem volta.

Em um cenário onde os países ainda engatinham no debate sobre a regulação das redes sociais, o surgimento da Inteligência Artificial impõe desafios éticos cada vez maiores.

Gustavo, Anita e Hiago analisaram as novidades tecnológicas que devem pautar o debate da sociedade no próximo ano | Foto: Ricardo Giusti

Um mundo cada vez mais disruptivo e, ao mesmo tempo, mais desafiador. Assim encaram as perspectivas para 2024 os alunos ouvidos pelo Correio do Povo quando o assunto é tecnologia e inovação. Altamente preocupados com a segurança dos dados pessoais e os debates éticos a respeito da utilização, cada vez mais abrangente, das facilidades tecnológicas, os estudantes se dividem sob o saldo final desta conta que, ao que tudo indica, não será freada.

O ano trará eleições municipais. Será a primeira vez que os três estudantes que integravam o grupo vão votar. Também estreia em 2024, no âmbito eleitoral no Brasil, a inteligência artificial. “Os debates promovidos ao vivo ganham importância, já que não será possível fazer edições e alterações”, aposta Gustavo Globig. Apesar de estreantes no debate político, foi unânime no grupo a confiança no atual sistema eleitoral. “O voto na urna é muito mais seguro do que no papel. A tecnologia ajuda na segurança”, defende Hiago Souza. Neste contexto, a legislação precisará acompanhar as novidades. “Vai ser a nova geração das fake news”, avalia Hiago.

Apesar do debate ético e os impactos no mercado de trabalho trazidos e ampliados pela tecnologia, nem tudo é pessimismo. “Gosto de pensar em quantas pessoas já foram salvas, por exemplo, na área da medicina a partir da inteligência artificial aplicada ao diagnósticos”, pondera Anita Sehn. Ela avalia: “Os empregos vão ser diferentes, assim como as leis e regras precisam de adaptação”.

Entre os muitos desafios que se desenham para 2024, o prognóstico de uma enorme tempestade solar prevista inicialmente para ocorrer em julho de 2025, mas “antecipada” para o próximo ano, não passou despercebida pelo grupo. “Ela vai ocorrer, isso é certo. A dúvida é sobre a sua intensidade”, assegura Gustavo, que vê, com isso, uma corrida ao longo de 2024 para o desenvolvimento de tecnologias que minimizem os impactos. A explosão de partículas superaquecidas na superfície do Sol pode gerar ventos e um fenômeno conhecido como Tempestade Solar ou Erupção Solar.

Segundo o professor e pesquisador Peter Becker, da Universidade George Mason, em Virgínia, nos Estados Unidos, a tempestade pode causar danos aos equipamentos de comunicação, à rede elétrica e aos sistemas de navegações (como o GPS) em uma duração que poderá chegar a semanas ou até mesmo meses. A última vez que uma tempestade solar de intensidade semelhante atingiu a Terra foi em 1859, em um episódio que ficou conhecido como “Evento Carrington”, que derrubou o sistema de telégrafos.

| Foto: Ricardo Giusti

A verdade é que as pessoas ficam cada vez mais alienadas socialmente. Elas não conseguem interagir no mundo real e só fazem pela Internet. Na minha visão, cada vez mais haverá dependência das tecnologias, o que pode fazer com que a vida real, como conhecemos hoje, vá deixando de fazer sentido.

Gustavo Globig, 15 anos, Colégio Marista Rosário

| Foto: Ricardo Giusti

Penso sobre o quanto essa facilidade que a Internet está nos dando pode também ser ruim, tanto em segurança quanto na questão do desenvolvimento pessoal mesmo. No mercado de trabalho, também temo sobre o quanto a inteligência artificial pode impactar na oferta de vagas e no meu futuro profissional.

Hiago Souza,15 anos, EMEF Grande Oriente do RS

| Foto: Ricardo Giusti

Tenho uma visão mais otimista. Usando o exemplo da Revolução Industrial, por exemplo, ela substituiu algumas profissões, mas criou outras. Se eu pensar que a Inteligência Artificial vai acabar com os empregos, eu largo tudo e vou vender minha arte na praia. Mas eu sou uma péssima artista. Não vai rolar.

Anita Sehn, 16 anos, Colégio Farroupilha

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