O que esperar dos conflitos locais e globais em 2024

O que esperar dos conflitos locais e globais em 2024

Projeto especial do Correio do Povo reuniu jovens estudantes de escolas públicas e privadas para pensar o futuro

Ana Lécia de Oliveira

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Pode ser na cidade em que moramos ou em outros países: conflitos estão presentes nos mais diversos contextos de divergências e motivações. Guerras se desdobram em disputa armada, mas também se expressam como um problema de violência no dia a dia das pessoas.

Os alunos que abordaram o tema sobre conflitos, tanto no cotidiano como em realidades distantes, sugeriram o que pode ser feito para mudar o cenário e deixaram a mensagem de que, mesmo que não seja para breve, paz e respeito entre as pessoas são um horizonte possível.

Júlia, Pedro, Aimée e Ana Carolina falaram sobre guerras no cotidiano e em cenários mais distantes e sugeriram o que pode ser feito para mudar isso | Foto: Ricardo Giusti

Os conflitos foram abordados por Júlia Adriani Machado Mudins, de 14 anos, da EMEF Grande Oriente; Ana Carolina Silveira, 18, da Escola Sesi Gravataí; Pedro Azevedo Rodrigues, 16, do Colégio Farroupilha; e Aimée Goulart Spolidoro, 16, do Colégio Rosário. Sobre o assunto no âmbito local, Júlia relatou a realidade do bairro na periferia de Porto Alegre onde mora e estuda, comentando que a violência dificulta as crianças de brincarem e irem à escola, assim como os pais de saírem para trabalhar. Ela lembrou que a situação se estende a outros bairros, devido, por exemplo, às guerras de facções. “Importante colocar isso em pauta, porque há mães perdendo os filhos para o tráfico.”

Júlia destacou a necessidade de informar as questões positivas. “Na minha escola há projetos no contraturno, como jornal, futebol e artes. E os adolescentes então permanecem mais tempo no colégio. As escolas precisam incentivar mais esses projetos.” Ela contou que o jornal mostra a realidade da Cohab Rubem Berta, incluindo as boas iniciativas.

Aimée destacou que, para mudar o quadro de conflitos, é necessário tentar resolver pela raiz. “Precisa de algo forte nas escolas, de conscientização. Isso é fundamental para o entendimento de mundo e se perceber as possibilidades.” Ana ponderou que, além da educação e de políticas públicas, é importante que mais empresas possam gerar trabalho para a população. “Não é só uma responsabilidade de governos, todo mundo pode fazer sua parte.”

Aimée acrescentou a importância do respeito, seja qual for o conflito. Pedro comentou que, além do respeito, a palavra do século, para ele, é a mediação. “É importante as pessoas conseguirem conversar, apesar das diferenças. Mediar é o que falta para resolução de conflitos armados e do dia a dia.”

No contexto global, os estudantes mencionaram a guerra entre Israel e o Hamas, a invasão russa à Ucrânia e a crise entre a Venezuela e a Guiana por disputa territorial. Pedro, Aimée e Ana contaram suas experiências no projeto de simulações da ONU, em que os jovens aprendem sobre os debates e as ações no âmbito das Nações Unidas. “O grande aprendizado que consegui ter sobre mediação e respeito foi a partir disso”, relatou Pedro.

No caso da guerra no Oriente Médio, Ana disse acreditar mais nos pequenos passos, em direção a uma trégua. Aimée comentou a crise entre Venezuela e Guiana. “A gente deseja que não se torne conflito bélico, ainda mais por ser aqui na América Latina.”

Júlia acredita haver perspectiva de reduzir os conflitos globais, mas diz que isso não será rápido. Para Ana, a esperança pela paz sempre vai ser a última a morrer. “É primordial. Queremos vê-la em 2024.”

| Foto: Ricardo Giusti

É importante informar as pessoas sobre as questões positivas dos bairros, não só coisas ruins que acontecem, mas também sobre o que é feito para tentar melhorar a situação.

Júlia Machado Mudins, 14 anos, EMEF Grande Oriente do RS

| Foto: Ricardo Giusti

Além de esperança, é importante a atitude, conhecer para mudar. É preciso buscar informações sobre os vários lados, há muitas possibilidades de ver um mesmo conflito.

Aimée Goulart Spolidoro, 16 anos, Colégio Rosário

| Foto: Ricardo Giusti

A gente sempre acredita na paz, mas ela só vai ser gerada a partir do respeito, da atitude de ouvir o próximo e da busca pela mediação em meio aos conflitos e guerras.

Pedro Azevedo Rodrigues, 16 anos, Colégio Farroupilha

| Foto: Ricardo Giusti

O respeito é a chave de tudo, se houver respeito sobre todos os aspectos das pessoas e das suas realidades, os conflitos podem ser pelo menos amenizados.

Ana Carolina Silveira, 18 anos, Escola SESI Gravataí

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