Rota marítima do tráfico internacional de drogas pelo porto de Rio Grande começa a ser confirmada

Rota marítima do tráfico internacional de drogas pelo porto de Rio Grande começa a ser confirmada

Troca de informações entre a Brigada Militar e Departamento de Narcóticos da Polícia Nacional do Uruguai resultou na apreensão de 333 quilos de cocaína em Montevidéu

Correio do Povo

Sete traficantes foram presos e recolhidos mais de 40 mil euros, além de armas

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A suspeita do uso da área portuária de Rio Grande no tráfico internacional de drogas está sendo cada vez mais comprovada. Uma troca de informações entre a Brigada Militar e as autoridades uruguaias resultou na apreensão de 333 quilos de cocaína em Montevidéu.

Na última sexta-feira, o Departamento de Narcóticos da Polícia Nacional do Uruguai, desencadeou a operação Cleópatra, que resultou no recolhimento do entorpecente, mais de 40 mil euros, veículos e armas, além da prisão de sete integrantes da organização criminosa.

As investigações apontaram que a cocaína oriunda da Colômbia tinha como destino os portos de Rio Grande e de Montevidéu. Uma parte da droga abastecia o mercado local, e o restante era destinada para o continente europeu.

A apreensão da cocaína foi possível a partir das ações da operação Hórus, quando diversos criminosos passaram a ter suas atividades monitoradas pelo setor de inteligência da Brigada Militar nas regiões de fronteira do Rio Grande so Sul.

Um desses criminosos que passou a ser acompanhado seria o responsável pelas operações logísticas de um grupo criminoso que atuava no tráfico internacional de drogas. Esse homem seria o encarregado de organizar a rota marítima e logística entre os portos.

Para facilitar o monitoramento do traficante, que constantemente acessava o país vizinho, e de um criminoso uruguaio, que realizava transações com ele, a Brigada Militar e o Departamento de Narcóticos da Polícia Nacional do Uruguai começaram a trocar informações. Durante a operação Golfinho, o traficante brasileiro acabou sendo preso pela Brigada Militar na praia de Imbé, no Litoral Norte.

Na última sexta-feira em entrevista à reportagem do Correio do Povo, o subcomandante do 6º BPM, capitão Fábio Mendonça, declarou que não podia confirmar o envolvimento de uma facção paulista na região de Rio Grande. 

Ele lembrou, porém, que em setembro do ano passado, o 6º BPM e o Comando Ambiental da Brigada Militar efetuaram a apreensão de mais de meia tonelada de cocaína em um barco pesqueiro. Já em junho do ano passado, a Receita Federal localizou cerca de 1,1 tonelada de cocaína dentro de um contêiner que embarcaria no cais do porto de Rio Grande, com destino a Bélgica, na Europa.

A cidade de Rio Grande assiste um conflito entre facções criminosas que já resultou em 33 mortos desde o começo deste ano. Há suspeita de que parte do conflito tenha relação com o domínio do narcotráfico na área portuária. A Brigada Militar intensificou as ações através da operação Lagunar, deflagrada em janeiro deste ano.


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