STF nega recurso que pedia adiamento do novo júri da Boate Kiss

STF nega recurso que pedia adiamento do novo júri da Boate Kiss

Ministério Público pedia que, antes da realização do júri, Supremo analisasse recursos contra a ordem do STJ que determinou novo julgamento

Marcel Horowitz

Decisão do STF manteve julgamento para o dia 26 de fevereiro de 2024

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O Supremo Tribunal Federal (STF) negou um pedido do Ministério Público do RS para adiar o segundo júri dos quatro réus pelo incêndio na Boate Kiss, que deixou 242 mortos e mais de 600 feridos em 27 de janeiro de 2013. Conforme o portal Metrópoles, a decisão foi do ministro Dias Toffoli. O novo julgamento permanece marcado para o dia 26 de fevereiro de 2024.

O pedido do MPRS sustentava que, antes da realização do júri, os ministros do Supremo deveriam analisar um recurso extraordinário contra a ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou um novo julgamento. A solicitação era apoiada pela Associação das Vítimas da Tragédia de Santa Maria (AVTSM). Para a recusa do pedido, Toffoli teria considerado que o STF não poderia atuar no caso.

Uma tentativa anterior de anulação do júri já havia sido negada no dia 11 de outubro, pelo Tribunal de Justiça do RS. Na decisão, o juiz Franscisco Luis Morsch, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, afirmou que o recurso julgado no STF não teria efeito suspensivo.

“Ao adiarmos o julgamento, possibilitamos que novas intercorrências venham a impedir um júri em um prazo menor, sem que haja qualquer ganho, uma vez que o STF terá a última palavra, independentemente da realização de novo julgamento. Não há norma que embase o pedido de suspensão, ao contrário, a norma determina o prosseguimento do julgamento, com a imediata realização do júri", determinou o magistrado na ocasião.

Um primeiro júri popular ocorreu em dezembro de 2021, presidido pelo juiz Orlando Faccini Neto. Os sócios da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, além de Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, e do produtor de palco Luciano Bonilha Leão, chegaram a ser condenados a penas que variaram entre 18 e 22 anos de prisão, por homicídio com dolo eventual.

O julgamento teve duração de dez dias, se tornando o mais longo da história do RS. O quarteto foi preso após o então presidente do STF, ministro Luiz Fux, suspender um habeas corpus concedido pela 1ª câmara Criminal do TJRS.

Em agosto de 2022, no entanto, a decisão do júri foi anulada pelo TJRS, que atendeu recursos das defesas alegando irregularidades no processo como, por exemplo, uma suposta reunião entre Faccini e os jurados sem a presença de advogados dos réus. Todos os acusados permanecem soltos desde então.


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