Auxílio Brasil fora do teto deve ser permanente, sinaliza relator do Orçamento

Auxílio Brasil fora do teto deve ser permanente, sinaliza relator do Orçamento

Governo eleito mira abertura no orçamento de R$ 105 bi para cumprir promessas de campanha de Lula

R7

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O relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse nesta quinta-feira que os custos do Auxílio Brasil deverão ser retirados de forma definitiva do teto de gastos, a norma que proíbe o aumento de despesas públicas acima da inflação. O comentário foi feito logo após uma reunião com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). 

"A ideia é que seja permanente, que haja um compromisso da sociedade brasileira com os mais pobres e que eles possam sentir essa segurança de que [o Auxílio Brasil] estará excepcionalizado para sempre", comentou Castro. 

O programa Auxílio Brasil chegou em outubro deste ano ao maior patamar do programa, com 20,65 milhões de famílias beneficiadas com R$ 600 até dezembro deste ano. O objetivo da PEC da Transição, sugerida pela equipe de Lula, é manter o benefício no valor atual. Ao retirar o benefício da arquitetura do teto, o governo teria a possibilidade de continuar pagando os R$ 600 aos beneficiários do programa. 

Com isso, também seria aberto um espaço orçamentário de R$ 105 bilhões no orçamento. Caberá à equipe de transição definir como será gasto cada centavo liberado com a mudança nas regras fiscais. “Lá vai ter que estar especificado claramente, por exemplo, tantos bilhões para a farmácia popular. Tantos bilhões para a saúde indígena. Tantos bilhões para a merenda escolar. Tantos bilhões para investimento no DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes], tantos bilhões para Minha Casa, Minha Vida. Tudo discriminado, item por item”, acrescentou.

A expectativa é de que a minuta da PEC seja apresentada a Castro nesta sexta-feira (11), com os detalhes dos gastos extras. No entanto, a tramitação da proposta ainda não tem data para começar. Castro informou que, assim que tiver a redação da PEC, vai se reunir com lideranças do Congresso para analisar o que foi proposto pela equipe de Lula. Segundo ele, essa discussão será feita apenas depois do feriado da Proclamação da República, na próxima terça-feira.

"Como terça-feira é feriado e os senadores e os deputados normalmente hoje [quinta] vão para os seus estados, nós voltaremos quarta-feira para negociar com todas as lideranças até chegar a um denominador comum. Quando estiverem todos de acordo, nós pegaremos as assinaturas e botamos para tramitar a PEC."


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