Bolsonaro questiona Moraes: "Vai dar uma canetada e me prender?"

Bolsonaro questiona Moraes: "Vai dar uma canetada e me prender?"

Presidente e candidato à reeleição disse querer eleições 'limpas e transparentes' e voltou a criticar Lula durante live nesta terça

R7

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O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), voltou a dizer que quer "eleições limpas e transparentes", a criticar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a atacar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As afirmações foram feitas durante uma live nesta terça-feira.

"O primeiro turno existe exatamente para votar em quem você acha que deve votar. E o segundo turno é ter opção, e sempre tem, o melhor ou menos ruim. E eu peço a você: não anule, não se abstenha, não vote em branco", disse Bolsonaro.

Em outro momento, Bolsonaro atacou o petista, que também é candidato ao Palácio do Planalto. "Essa semana o Lula declara que vai entrar na Justiça e requerer indenização pelo período que esteve preso. Se o Lula entrar na Justiça, e se cair no Supremo, a gente sabe que o Supremo, a princípio, vai dar causa para ele. Ele tem a maioria lá dentro, então, tem tudo para ganhar uma indenização bilionária", afirmou o presidente.

Local não divulgado

O Tribunal Superior Eleitoral proibiu Bolsonaro de gravar e de transmitir lives que promovam sua campanha eleitoral e de aliados usando recursos públicos ou as dependências dos palácios da Alvorada e do Planalto. Bolsonaro não disse de onde gravou a live desta terça. Procurada, a Secretaria de Comunicação também não informou.

Movimentação atípica

Uma reportagem divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo aponta que a Polícia Federal encontrou no telefone do principal ajudante de ordens de Bolsonaro mensagens que levantaram suspeitas de investigadores sobre transações financeiras feitas no gabinete do presidente.

Áudios, fotos e conversas por escrito do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid com demais funcionários sugerem a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro. O material indica que as movimentações financeiras se destinavam a pagar contas pessoais da família presidencial.

Bolsonaro comentou o caso durante a live. "Essas contas aí, eu vou chutar aqui, não sei, deve dar uns R$ 12 mil por mês. Aí, o Alexandre de Moraes botou o Cid no inquérito das fake news e quebrou o sigilo telemático dele. Estão lá conversas do Cid com minha esposa, comigo, demais ajudantes de ordem", disse.

Na sequência, o candidato afirma que Moraes vazou o inquérito para a imprensa. Ainda segundo a reportagem, a quebra de sigilo do ajudante de ordem de Bolsonaro, na verdade, atendeu a um pedido da Polícia Federal. "Não vem com esse papinho que foi a PF, não. Esse pessoal da PF, Alexandre de Moraes, come na tua mão. Vazou. Na reta final. Por quê? Criar clima, constranger o ajudante de ordem", argumenta Bolsonaro. "Eu não vou adjetivar aqui porque tenho vergonha de falar o adjetivo que merece o Alexandre de Moraes. Ele vaza isso para a imprensa para constranger a mim", afirmou o presidente.

"Você mexer comigo é uma coisa. Você mexer com a minha esposa, você ultrapassou todos os limites, Alexandre de Moraes. Todos os limites. Está pensando o quê da vida? Que pode tudo e tudo bem? Vai dar uma canetada e me prender? É isso que passa pela sua cabeça? É uma covardia", completou o presidente. Procurado, o ministro Alexandre de Moraes ainda não se pronunciou até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para uma possível manifestação.


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