Campanha de rua em Porto Alegre segue tímida na reta final
Tendência é que o corpo a corpo aumente nos últimos dias antes do pleito
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A quase uma semana das eleições o movimento das militâncias partidárias por Porto Alegre ainda é tímido. Longe do Centro Histórico, onde se concentra a maioria de apoiadores, é difícil de ver grandes concentrações por algumas regiões da cidade. A reportagem do Correio do Povo percorreu por algumas avenidas da Capital, na tarde de ontem, para conferir como estava o engajamento na reta final da campanha.
A presença de propaganda nas principais avenidas é grande. Ao mesmo tempo, a quantidade de apoiadores é menor. Na Cidade Baixa, na avenida Loureiro da Silva, apenas três pessoas carregavam um cartaz de um candidato a deputado federal. “As pessoas cansaram de política”, opinou um dos que estavam presentes na manifestação. Na avenida Goethe, poucos militantes entregavam santinhos de candidatos. Na avenida Assis Brasil estava o maior movimento encontrado.
“Os partidos ainda não estão investindo nisso (campanha de rua). Estão na rede social e TV”, explica o cientista político Juliano Corbellini. Consultor de campanhas eleitorais há 18 anos, ele explica que este fenômeno vem ocorrendo desde a última eleição, em 2020, que ocorreu em meio à pandemia de Covid-19, e que pode ter aumentado devido à tensão eleitoral. Até mesmo a manifestação por meio de adesivos está mais tímida. “É um pouco de medo, receio da violência e as últimas eleições, em razão da pandemia, já foram com muita pouca mobilização de rua. Então eu acho que essa experiência ficou”, avaliou.
Enquanto isso, no Largo Glênio Peres, Centro Histórico, o movimento aumentou nos últimos dias. “A gente que está aqui todo dia, nota que aumentou, apareceram outros candidatos”, comentou um militante que estava em um dos diversos gazebos montados entre a Praça XV e o Mercado Público de Porto Alegre.
Em uma campanha polarizada, Corbellini acredita que o corpo a corpo ficará para os últimos dias. “Quem movimenta essas militâncias são as candidaturas proporcionais e como a eleição está muito fria, os candidatos vão apostar nisso na última semana”.