Ciro Gomes critica modelo e propõe nova negociação de dívidas com os estados no RS

Ciro Gomes critica modelo e propõe nova negociação de dívidas com os estados no RS

Presidenciável participou do descerramento da nova placa do monumento da Carta-Testamento de Vargas

Felipe Nabinger

Ciro Gomes discursou antes do descerramento da Carta-Testamento.

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Em evento que marcou a recolocação da placa da Carta-Testamento de Getúlio Vargas, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) chamou de “vingança do baronato de SP pela Revolução de 30” a fórmula da renegociação da dívida do RS com a União por meio do Regime de Recuperação Fiscal. "O RS está posto de joelhos na política nacional de propósito. Vou tomar para mim o lugar na história de novo libertador do Rio Grande. Vamos revogar todos esses acordos, todos os contratos, e pegar 100% da dívida do RS e rolar para o futuro", disse durante discurso para militantes do partido antes do descerramento da placa na tarde desta quarta-feira.

Em coletiva, Ciro disse que nos primeiros seis meses de uma eventual gestão pretende apresentar um novo modelo de renegociação das dívidas federais dos estados e municípios. “A dívida pública brasileira é de R$ 7,4 trilhões. Todos os estados e municípios juntos devem R$ 600 bilhões, menos de 10% da dívida nacional. Pego esse valor e renegocio o estoque para um prazo posterior razoável. Deixo na mãos de prefeitos e governadores de 12% a 15% da receita corrente líquida, desde que eles me ajudem a implementar a reforma e usem esse dinheiro para implementar a taxa de investimento”, disse. 

O candidato voltou a falar sobre seu proposta de renda mínima de R$ 1 mil abaixo da linha da pobreza, que pretende reunir os programas de assistência social. O projeto demandaria R$ 300 bilhões. Deste valor, R$ 70 bilhões viriam de um imposto cobrado de pessoas físicas com patrimônios maior a R$ 20 milhões, com uma alíquota de 0,5% a 1,5%. Questionado se não seria uma proposta populista, como as que critica nos adversários, Ciro disse que “sinaliza qual a meta, o prazo, quanto custa e de onde vem o dinheiro”, o que não vê em “promessas demagógicas” dos demais. 

Após o descerramento da placa, o candidato, acompanhado do candidato ao governo do RS, Vieira da Cunha (PDT), da candidata a vice Professora Regina (PDT), do postulante ao Senado Professor Nado (Avante) e candidatos da coligação nas eleições proporcionais, fizeram uma caminhada até a Esquina Democrática. Encerrado o ato, Ciro deixou Porto Alegre, rua o São Paulo, onde cumpre agenda de imprensa na manhã de quinta-feira.


Ciro Gomes realizou uma caminhada pela Andradas até a Esquina Democrática. Foto: Ricardo Giusti.

Placa foi alvo de furtos

O monumento da Carta-Testamento, que consiste em uma placa fixada em um pedra na Praça da Alfândega, foi instalada originalmente em 1955, um ano após a morte de Getúlio Vargas. Confeccionada em bronze, a peça sofre com furtos, dos quais foi alvo três vezes. Em 1966 fora levada, sendo substituída em 1975 por uma placa de aço. Essa, por sua vez, foi furtada em 2014. 

Três anos depois, em 2017, o monumento foi restaurado e sua reinauração no dia 24 de agosto também contou com a presença de Ciro Gomes, já em campanha presidencial visando o ano seguinte, e do ainda hoje presidente nacional do PDT, Carlos Lupi. Há cerca de quatro meses, em abril deste ano, novamente o monumento foi levado. A restauração foi conduzida pelo Diretório Metropolitano do partido, presidido por José Vecchio Filho.


Carta-Testamento foi reinaugurada na Praça da Alfândega. Foto: Ricardo Giusti.
 

A coordenação da equipe responsável pela nova placa que traz o texto da carta-testamento do ex-presidente, confecionada em alumínio anodizado, ficou com o escultor uruguaio radicado no RS, Mario Cladera. "A ideia foi repor o que for furtado e manter viva a memória do Getúlio", disse.


Correio do Povo
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