Ciro Nogueira defende retirada do Auxílio Brasil do teto de gastos por um ano

Ciro Nogueira defende retirada do Auxílio Brasil do teto de gastos por um ano

Membros do governo eleito têm estudado a possibilidade de se excepcionalizar o programa por quatro anos

R7

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O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), defendeu, nesta segunda-feira, que os custos do Auxílio Brasil, que deverá voltar a se chamar Bolsa Família, sejam retirados da regra do teto de gastos por um ano, e não quatro, como defendem membros da equipe de transição do governo eleito.

A ideia é discutida dentro da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, com o intuito de que o programa de transferência de renda possa ser retirado do teto de gastos, regra que proíbe o aumento de despesas públicas acima da inflação. O ministro do presidente Jair Bolsonaro (PL) defende a excepcionalidade do programa ao teto de gastos apenas por um ano, e, a partir daí, que a matéria seja analisada pelo Congresso Nacional e com a sociedade. “Por tudo isso, o mais prudente, transparente e republicano é assegurar ao novo governo condições para que proteja os mais vulneráveis em seu primeiro ano”, afirmou Nogueira.

“E, a partir daí, que dialogue com o Congresso eleito e com a sociedade, com base em todas as premissas claras de sua plataforma de gestão e seu programa econômico, como conduzir o país nos próximos quatro anos. Esse é o caminho mais democrático e legítimo”, completou.

A ideia de retirar o programa da regra do teto de gastos por quatro anos foi informada pelo senador eleito Wellington Dias (PT-PI), coordenador de Orçamento da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Temos dois caminhos, um que excepcionaliza o Auxílio Brasil (do teto de gastos), ao mesmo tempo que se trabalha por uma fixação (da regra) até 2026. Sobre isso, tratamos com Lula, e ele nos orientou que, sob o comando de Alckmin, seguíssemos o caminho do entendimento", detalhou Dias na última sexta-feira.

O senador disse que o valor da PEC deve ser de R$ 175 bilhões, embora tenha destacado que a equipe ainda não bateu o martelo sobre o valor total da proposta. Com a retirada do Auxílio Brasil do teto, sobra um espaço orçamentário R$ 105 bilhões para cumprir promessas de campanha do governo petista e garantir investimentos mínimos em infraestrutura.

“Calcular precisamente quanto custam esses dois benefícios (programa social e salário mínimo) e assegurar os recursos necessários para eles dentro do orçamento, respeitando a regra do teto de gastos e flexibilizando exclusivamente apenas o necessário. É o que defendo”, argumentou Nogueira.

O ministro relatou que, sem o equilíbrio fiscal, a sociedade pode ser abatida com inflação, perda de poder de compra, desemprego e recessão. Na visão do chefe da Casa Civil, a estabilidade da economia é a única âncora de políticas sociais eficazes. “A questão de estender para 4 anos a atribuição do Congresso que termina não é só a usurpação de poder do Congresso que ainda nem começou. É a falta de critério democrático.”


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