Em período decisivo para eleições de 2024, MDB escolhe novo comando no RS

Em período decisivo para eleições de 2024, MDB escolhe novo comando no RS

Sigla realiza neste sábado convenção que vai chancelar nome de deputado Vilmar Zanchin na presidência

Flavia Bemfica

Prioridade da sigla em 2024 é se organizar para pleito de outubro

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Em meio a um processo acentuado de substituição de lideranças partidárias observado pelo menos desde as eleições de 2022, e à necessidade de movimentos de curto prazo para garantir protagonismo nas eleições municipais deste ano, o MDB gaúcho realiza neste sábado, 23, sua convenção estadual. O evento ocorrerá na sede do diretório gaúcho, no Centro, desde a manhã. Vai oficializar o novo diretório e a nova executiva do partido no RS. A chapa é única. Por consenso, a legenda já decidiu que, na presidência, o deputado estadual Vilmar Zanchin vai substituir o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco.

Na tarde desta sexta, Zanchin fechava as últimas articulações para completar a executiva (o núcleo mais restrito do comando partidário), de forma a que, no sábado, a exemplo do que aconteceu com a presidência, também para a composição dos demais postos não ocorram disputas. “Vamos contemplar as bancadas e os setores do partido, uma representação ampla, nosso objetivo é garantir a unidade”, afirma o deputado.

Conforme o novo presidente, o principal desafio do ano é óbvio: trata-se das eleições municipais. As movimentações nos maiores colégios do Estado evidenciam a importância de negociações. Dos cinco (Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Pelotas e Santa Maria), só a Capital é comandada atualmente pelo MDB. E a composição para a tentativa de reeleição do prefeito Sebastião Melo, que parecia sólida, sofreu um abalo na semana passada, após a crise deflagrada pelo PL, que tinha o vice.

Em Caxias do Sul, apesar da tradição da sigla, a dificuldade para encontrar um nome à altura após o ex-governador José Ivo Sartori negar a possibilidade de disputar a prefeitura tende a empurrar os emedebistas para uma coligação sem a cabeça de chapa. Cenários parecidos se avizinham em Canoas e Pelotas. Em Santa Maria, o partido tem um pré-candidato, o atual secretário estadual de Assistência Social, Beto Fantinel, mas ele vai correr um páreo com adversários de alta estatura.

“Em Porto Alegre o Melo vai, já está organizando a aliança. Em Caxias e em todas as demais cidades, vamos assumir e nos inteirar da situação uma a uma. A orientação é apresentar candidatura própria no maior número de municípios, do maior ao menor. Caso não seja possível, compor com vaga na majoritária”, resume Zanchin.

Partido tem ‘candidato natural’ para 2026, mas processo não está definido

Entre os 497 municípios gaúchos, o MDB tem hoje 138 prefeitos, 72 deles em condições de disputar a reeleição. A legenda possui ainda 118 vices e 1.156 vereadores. “Vamos tentar ampliar. E, no dia seguinte à votação, começamos a trabalhar para a eleição de 2026”, adianta Zanchin.

Para daqui a dois anos, o partido tem já um postulante ao principal cargo da disputa local, o de governador. Trata-se do atual vice, Gabriel Souza. Zanchin aponta Gabriel como o candidato natural, mas lembra a existência de outras lideranças, e aponta a necessidade de construção do processo.

“Temos um candidato natural, que se coloca à disposição, é o vice-governador. Há outras lideranças, mas é claro que o vice tem um papel importante hoje no governo, e é legítimo que se apresente como um possível candidato. Será ele? Qual será a composição? Tudo isto é um trabalho que vamos fazer, e tem que se dar um tempo para a construção de nomes e composição.”

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