IPE Saúde é foco de encontro de Onyx e Leite com hospitais filantrópicos
Candidatos responderam perguntas e apresentaram propostas para o setor
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Na data em que se comemora o Dia do Médico, os candidatos ao governo do Estado, Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) participaram de um encontro com entidades médicas e hospitalares com os candidatos ao governo do Estado, no auditório do Centro Histórico Cultural Santa Casa, na tarde desta terça-feira. Ambos foram recebidos e responderam questionamentos das entidades filiadas à Federação das Santas Casas, entre os temas estava a crise do IPE Saúde, que inclui dívidas junto aos hospitais filantrópicos e a desatualização das tabelas de remuneração pelos serviços prestados. Em horários distintos, o primeiro a ser recebido foi Onyx.
"Há necessidade de uma gestão técnica. Se eu for governador não haverá nenhum político no IPE, ninguém filiado a partido. Zero. Temos como fontes alternativas de recursos os imóveis do Estado e a dívida ativa do Estado, podendo ser usada até que haja um equilíbrio das contas", afirmou sobre o IPE Saúde.
Leite destacou que o Estado aporta R$ 1 bilhão por ano de recursos extras para custos dos hospitais. "Seremos o governo que vai resolver o IPE Saúde, com a experiência de quem já superou outros problemas", afirmou, mencionando valores em atraso para servidores pagos pela sua gestão. O ex-governador falou sobre aportes feitos de forma emergencial na dívida do IPE Saúde, mas frisou ser necessário fazer uma adequação no modelo de contribuição, gerando receitas suficientes para arcar com as despesas que gera.
Onyx disse ver na área da saúde um gargalo complexo de ser enfrentado, embora entenda que o Sistema Único de Saúde (SUS) e os hospitais foram instituições que funcionaram na pandemia. Ele garantiu que saúde, educação e segurança serão prioridades, prometendo manter diálogo direto com as entidades para a construção conjunta de soluções, caso eleito, já prevendo oito encontros com as instituições.
O ex-governador afirmou ser necessário cobrar do governo federal uma estruturação de recursos para a saúde para o que é importante, criticando verbas oriundas de deputados para "fazer agrados" a determinados hospitais de suas regiões, sem o devido planejamento das prioridades do atendimento médico no Estado. Ele também ressaltou estar aberto ao diálogo, ficando disposto a construir soluções com as entidades médicas, como ao longo da pandemia.
Propostas
Onyx voltou a falar sobre uma de suas medidas do plano de governo, a utilização de clínicas de especialidades seguindo exemplo do modelo utilizado em Goiás. "Ela reúne mais de 20 especialidades médicas, com um custo bastante razoável. Estamos com a equipe de gestão definindo as de primeiras. Isso vai desobstruir ou diminuir a pressão nas emergências hospitalares", disse, complementando que o custo de construção é de R$ 20 milhões.
Leite ressaltou que sua proposta tem uma visão diferenciada da saúde. "Está no nosso plano de governo a saúde como atividade econômica, pois ela é importante no que produz de conhecimento, indústria, medicamentos e produção de valores humanos para o Estado, não apenas no caráter social", disse.
Hospital Psiquiátrico São Pedro
Sobre o Hospital Psiquiátrico São Pedro, Onyx falou que pretende recuperar a instituição, com a ampliação de leitos para tratamento manicomial e de recuperação de viciados em entorpecentes. Neste aspecto, Leite disse que a instituição, que "pode e deve continuar existindo", precisa ser repensada, com um atendimento mais humanizado.
Ao final da fala de cada candidato, as entidades médicas entregaram documento contendo as preocupações e propostas para que ambos adicionem a seu plano de governo.
Representaram as entidades no encontro, que teve condução do diretor-geral da Santa Casa, Julio Matos, o presidente da AMRIGS, Gerson Junqueira Júnior, o diretor do Simers, Willian Adami, o presidente do Cremers, Carlos Sparta, o presidente em exercício da Fehosul, Odacir Binotto Rossato, o presidente do Sindihospa, Henri Shazan, o presidente do Sindiberf, Ricardo Englert, e o presidente da Federação, Luciney Bohrer.