Jobim diz ser possível zerar as filas do SUS mas não há interesse político

Jobim diz ser possível zerar as filas do SUS mas não há interesse político

No Balanço Geral, da Record TV, o candidato do Novo falou sobre saúde, segurança, meio ambiente e educação

Paula Neiman*

Ricardo Jobim (Novo) fala sobre suas propostas de governo em entrevista à Record TV

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Neste segundo dia de entrevistas com os candidatos ao governo do RS, no Balanço Geral da Record TV,  Ricardo Jobim (Novo) expôs suas propostas de governo. O candidato falou sobre meio ambiente, saúde, segurança e educação.

O principal tema foi a necessidade de mudanças na saúde do Estado, que, segundo ele,ainda não foi feita por falta de interesse. “Todo mundo sabe que dá para zerar as filas do SUS, falta vontade política. Investir em saúde não dá retorno eleitoral rápido”. Além disso, o candidato propôs uma plataforma de triagem dos pacientes, visando a diminuição das filas, telemedicina para as cidades do interior e centros regionais bem equipados. 

Afirmou que essa área tem importância pessoal, pois dentro da advocacia é consultor de hospitais. Se emocionou ao falar da trajetória de carreira de seu pai, que administrou um hospital de Santa Maria, o mesmo que tempos depois salvou a sua vida. 

Sobre segurança pública, o candidato focou principalmente nos custos que são necessários para a segurança funcionar. Citou também o sistema prisional que chamou de “prende e solta”, e justificou que “a polícia militar prende e o judiciário solta por não ter onde colocar (os detentos)”. Para combater a problemática, o disse que, em seu possível governo, fará parcerias público-privadas para aumentar o número de vagas nas penitenciárias. Além disso, defendeu a adoção de sistemas que identifiquem quem é ou não de facções, pois, de acordo com ele, é uma forma de entender se a pessoa pode ou não ser reabilitada.

Referente ao meio ambiente, o candidato foi perguntado sobre a solução para os períodos de estiagem que atrapalham o agronegócio no Estado, ele sugere a desburocratização da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). “Por que não se preparar em épocas de chuva?”, questiona o candidato, que fez também indagações sobre a burocratização do armazenamento de água.

Para repensar a educação, o candidato falou que é necessário uma distribuição adequada dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), para que seja possível passar escolas municipais para estaduais e haver a mesma quantidade de recursos, já que a “fonte” financeira é a mesma. 

“Vejo crianças do primeiro grau que não sabem ler. Jovens do 3° ano com nível de 6 série” comentou o candidato. 

O candidato trouxe mais uma vez a falta de interesse político em investimentos de algumas áreas. “Políticos só pensam em eleição”, se referindo a retornos em tempos de governo, ou seja, 4 anos. Ele também defendeu a mudança no ensino médio, para um ensino profissionalizante, para que seja possível "conquistar a dignidade e já sair (da escola) empregado”. Para buscar verbas para a educação, ele prevê privatizar o Banrisul e, com os recursos, quer ter um fundo para “revolucionar a educação”, de acordo com ele.

Sobre os salários dos professores, o candidato disse que é importante, tanto quanto infraestrutura e apoio aos alunos, mas diz que “faltam muitas coisas, mas é preciso ter dinheiro.”

Na questão econômica, o candidato foi questionado sobre o Regime de Recuperação Fiscal e a alíquota de ICMS. Ele atacou as falas do ex-governador Eduardo Leite (PSDB), de que virou o jogo. Segundo ele, houve apenas um pequeno superávit. Além disso, disse que Leite só pagou os servidores por ter o dinheiro repassado pelo governo federal pela pandemia, pelas privatizações e o não pagamento da União. 

Ao ser questionado sobre o seu partido, o Novo, que é uma sigla ainda jovem, com apenas sete anos de existência, Jobim disse que é o único que “quer dizer algo e tem propostas claras.” Depois, falou sobre alguns outros partidos, como o PSDB e o PP, que não possuem estabilidade no cenário nacional, de acordo com ele. 

Sobre as principais propostas do partido, elencou: liberdade econômica e economia de verba pública. 

Nas considerações finais, o candidato detalhou um cenário não agradável a longo prazo para o Rio Grande do Sul. Citou o envelhecimento da população e a fuga de talentos. Ele falou também sobre a grande fiscalização dos empresários e coloca o estado em um papel de "destruidor de sonhos” e que as burocatizações são só do Estado. Enfatizou que o governo não entrega o básico, mas que ele, como único candidato liberal do RS, irá fazer essas mudanças.

 

Os próximos entrevistados pela Record TV serão:

Vicente Bogo (PSB)
Data da entrevista: 24/08/2022

Roberto Argenta (PSC)
Data da entrevista: 25/08/2022

Vieira Da Cunha (PDT)
Data da entrevista: 26/08/2022

Edegar Pretto (PT)
Data da entrevista: 29/08/2022

Eduardo Leite (PSDB)
Data da entrevista: 30/08/2022

Onyx Lorenzoni (PL)
Data da entrevista: 31/08/2022

 

Confira as que já aconteceram:
Luis Carlos Heinze (PP)

 

*Supervisão Mauren Xavier


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895