Melo aposta em sua experiência e projeta 2º turno com "campanha sem espaço para baixaria"

Melo aposta em sua experiência e projeta 2º turno com "campanha sem espaço para baixaria"

Candidato do MDB criticou plano "sem clareza" de Manuela D'Ávila para Porto Alegre e falou sobre busca por novos votos

Correio do Povo

Com mais de 30% dos votos, Melo liderou primeiro turno na Capital

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Os 200.280 votos recebidos por Sebastião Melo (MDB) o fizeram o candidato mais votado para a prefeitura de Porto Alegre no primeiro turno da eleição deste domingo. Para a segunda fase do pleito, na qual enfrentará Manuela D'Ávila (PCdoB), o ex-vice-prefeito da Capital garante uma candidatura limpa e com debate de propostas. "Foi uma campanha do tostão contra o milhão. Não considero que fomos agressivos, apenas nos posicionamos. Quero agradecer a todos os envolvidos e dizer que teremos uma campanha elevada. Não terá espaço para baixaria", indicou em entrevista ao programa Bom Dia, da Rádio Guaíba.

"A cidade precisa ter uma proteção social, mas isso parte do desenvolvimento econômico. Não vejo clareza da minha adversária sobre questões como redução do IPTU, reabertura das empresas ou parcerias público-privadas, que eu vou fazer muito. O que vai estar em disputa é um projeto, que pode pegar um Melo experiente, que foi presidente da Câmara e vice-prefeito, que deitou tarde e dormiu cedo e fez a cidade rodar", comentou.

Angariar votos e aumentar a diferença obtida nas urnas serão as tarefas do emedebista. Melo comentou que já teve uma convesa com Valter Nagelstein (PSD) e Gustavo Paim (PP), ainda na noite de domingo, mas buscará o diálogo com outros partidos. "Em respeito a quem nos conduziu, qualquer movimento que eu venha a fazer merece uma conversa interna. Esses outros candidatos conquistaram o respeito da população, fizeram votos por aquilo que defenderam. Uma aliança começa a dar certo quando a gente incorpora aquelas pautas que vieram das outras cadidaturas. Vamos discutir com a campanha os movimentos que precisamos fazer", disse.

Uma das apostas para sua nova fase da campanha é o debate sobre transporte coletivo. "O Brasil adotou desde o governo Juscelino (Kubitschek) uma política errática de potencializar o carro individual em vez dos modais de transportes coletivos. Uma cidade boa do ponto de vista da sua mobilidade humana é aquela que tem vários modais integrados e cujo preço da passagem caiba no bolso do cidadão", analisou. Para ele, esta não é a realidade do País nem de Porto Alegre.

Marchezan

Questionado sobre busca por apoio do prefeito Nelson Marchezan Jr. – que terminou em terceiro lugar e afirmou que considera os planos dos dois classificados para o segundo turno pouco abrangentes –, o ex-vice-prefeito avaliou que é uma quantidade expressiva de eleitores, mas criticou a campanha do candidato do PSDB. "Não estou dizendo que não vou conversar com ele, mas eu tenho que reconhecer que a maneira como ele conduziu a eleição, do ponto de vista das críticas, de dizer que eu era corrupto...", comentou. "Tenho muitos defeitos na minha vida. Nunca misturei um centavo, um alfinete da vida pública e privada. Os governos podem ter seus problemas, mas eu preservo a minha biografia", completou.

 

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