O que se sabe sobre os integrantes do novo governo de Sebastião Melo
Com o desafio de encaixar partidos aliados no secretariado, o prefeito reeleito já anunciou alguns nomes; outros desfechos devem ocorrer nos próximos dias
publicidade
Se aproximando do final do ano, a formação do novo secretariado de Sebastião Melo (MDB), prefeito reeleito de Porto Alegre, vai tomando forma. Até o momento, foram 15 nomes confirmados para integrar a composição do segundo governo Melo na Capital.
Veja Também
- Disputa entre MDB e Cidadania no governo Melo está perto de desfecho
- Última sessão da Câmara de Porto Alegre deve ter votação polêmica sobre meio ambiente
- Melo adia reforma administrativa para janeiro e mantém três secretários
Em uma pasta delicada e com um passado recente de denúncias e investigações por corrupção, a Educação, o emedebista escolheu Leonardo Pascoal, do PL, atual prefeito do município de Esteio, para o comando. Anunciado há cerca de um mês, foi, estrategicamente, a primeira definição. Seus números à frente da mesma área em Esteio agradam os aliados de Melo.
Se a Educação foi um calcanhar de Aquiles para o prefeito na primeira gestão, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), também. Bruno Vanuzzi, uma escolha da cota pessoal do prefeito, será o novo diretor-geral da autarquia no lugar antes ocupado por Maurício Loss, filiado ao Podemos. Este poderá aparecer em outra área do governo, já que possui respaldo.
Na sequência de anúncios feitos por Melo, três nomes de confiança foram reconduzidos aos cargos. Cássio Trogildo (Podemos) seguirá na Secretaria de Governança e Coordenação Política; André Machado (PP), na Habitação e Regularização Fundiária; e André Coronel, ex-chefe de gabinete e coordenador da campanha à reeleição de Melo, estreará a nova função de secretário-geral de governo.
Mais recentemente, Vitorino Baseggio, vereador eleito pelo MDB, teve seu nome confirmado na Secretaria de Serviços Urbanos. Ele já atuou como adjunto na pasta, comandada por Marcos Felipi Garcia, vereador eleito pelo Cidadania, que pode receber uma realocação na gestão municipal. Uma disputa entre os dois partidos — MDB e Cidadania — foi travada para o comando da secretaria, antes do desfecho.
Na pasta do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, atual secretário, será o responsável por dar seguimento ao trabalho realizado. Ele será um dos responsáveis por levar adiante o projeto do Plano Diretor, o mais importante em termos urbanísticos da Capital.
Na pasta de Esporte, Lazer e Juventude foi anunciado Professor Tovi, do Republicanos. Ele entra no lugar de Débora Garcia. A escolha do nome se deu em função do número de votos de Tovi, que não foi eleito para uma vaga na Câmara, mas conquistou a suplência, enquanto Débora conquistou menos votos.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo também ficará com PL, mas, agora, sob gestão de Rosani Alves Pereira. Ela assume o cargo de Júlia Evangelista Tavares, mas durante todo o comando de Melo foi o seu vice, Ricardo Gomes (há época também um quadro do PL) que coordenou a secretaria. A pasta era uma das exigências do partido.
Outra pasta que ficará com os liberais é o Gabinete da Causa Animal. Lisandra Ferreira Dornelles foi anunciada como gestora, mas o partido recuou. A vice Betina Worm chefiará interinamente o gabinete. O PL também terá as secretarias de Obras, que permanece com André Barbosa, e de Segurança, que permanece com Alexandre Aragon.
A Secretaria de Parcerias ficará com o ex-deputado estadual Giuseppe Riesgo (Novo), oficializando a entrada do partido Novo no governo. A pasta foi uma das pleiteadas pelo partido, junto com Desenvolvimento Econômico.
A Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC) – que, na futura reforma administrativa pode vir a ser somada à pasta de Desenvolvimento Social – será comandada por Matheus Xavier (PSDB).
Entre os nomes anunciados que permanecem, além de Bremm, estão Luiz Otávio Prates, no Gabinete de Comunicação Social e Cezar Schirmer (MDB), no Planejamento, excluindo, por ora, a possibilidade de que Schirmir vá para Saúde, como especulado.
Nas vésperas de 2025, em 30 de dezembro, Melo definiu mais sete titulares, entre quatro permanências e três novos nomes. Seguem em seus cargos Liliana Cardoso, na Cultura; Adão de Castro Júnior (MDB), na Mobilidade Urbana; Alexandre Aragon (PL), na Segurança; e Letícia Batistela, como diretora-presidente da Procempa.
Dentre as novidades, estão estão dois atuais vereadores aliados de Melo que não conquistaram a reeleição. Mônica Leal (PP) assumirá a secretaria de Transparência e Controladoria (SMTC), enquanto Cassiá Carpes (Cidadania) será titular da pasta de Administração e Patrimônio (SMAP).
Porto Alegre terá um novo Procurador-Geral do Município. O procurador concursado Jhonny Prado, que atuou como chefe de gabinete do prefeito no período eleitoral, assumirá a PGM.
O desafio de encaixar os partidos
Com sete partidos, além do MDB, coligados durante a campanha eleitoral, e mais três apoios oficiais desde o segundo turno, Sebastião Melo enfrenta o desafio de encaixar as indicações no novo governo. Para isso, prioriza, acima de escolhas políticas, caminhos coerentes com cada pasta. Todos os partidos já indicaram postulantes.
Outra área sensível e alvo de críticas durante o período, a Saúde deve ter um nome com experiência política e de gestão, sem ser, necessariamente, médico ou vinculado à área da saúde. Schirmer, atual era um nome cotado pela sua versatilidade em cargos públicos, mas a permanência do secretário na sua pasta atual foi confirmada nesta sexta-feira. Fernando Ritter, atual secretário de Saúde, não deve permanecer.
No Esporte, Lazer e Juventude, um imbróglio mudou a chefia da pasta. A secretária Débora Garcia (Republicanos), que não se elegeu vereadora neste pleito, deu lugar a Professor Tovi, do mesmo partido, que ficou com a primeira suplência do Republicanos no Legislativo. Professor de educação física, já foi adjunto da pasta.
Outros quadros experientes da política porto-alegrense, como Cassiá Carpes (Cidadania) e Mônica Leal (PP), não reeleitos vereadores, devem ser contemplados com um espaço no secretariado ou com o retorno à Câmara de Vereadores. Para Cassiá voltar ao plenário, Marcos Felipi e Matheus Xavier (PSDB) precisariam ser alocados em algum cargo no governo. Xavier foi indicado pelo partido para a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).