Partido Novo deve ingressar no governo Sebastião Melo em Porto Alegre

Partido Novo deve ingressar no governo Sebastião Melo em Porto Alegre

Decisão ainda não foi tomada, mas houve convite do prefeito reeleito e há indicativo positivo internamente para a situação, que seria inédita no Rio Grande do Sul

Diego Nuñez

Proximidade do partido com atual gestão aumentou quando Camozzato anunciou apoio à reeleição no segundo turno

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O partido Novo está próximo de anunciar seu ingresso oficial no governo Sebastião Melo (MDB), reeleito em Porto Alegre. A decisão está sendo construída internamente no partido e deve ser anunciada nos próximos dias.

O Novo é independente desde sua criação em Porto Alegre. Após conquistar sua primeira cadeira na capital gaúcha, em 2016, não ingressou em nenhum governo municipal. A situação ocorre também nas demais cidades. Ou seja, a agremiação jamais compôs uma gestão no Estado.

Durante o primeiro mandato de Melo, apesar de se posicionar de forma independente, o partido votou em diversas pautas conforme a orientação da base governista. A aproximação aumentou durante as eleições, quando o então candidato à prefeitura Felipe Camozzato anunciou apoio ao emedebista no segundo turno.

“Existe a possibilidade. Fomos convidados. Estamos avaliando internamente duas questões: que contribuições podemos dar, que autonomia teria… queremos fazer entregas, não apenas ocupar espaço. Outra questão é partidária: seria algo inédito no partido Novo do RS”, explica Camozzato.

A construção de um possível acordo está sendo feito internamente na legenda e envolve, além de Camozzato, a direção partidária e a bancada do Novo na Câmara, composta por Ramiro Rosário e Tiago Albrecht.

Os vereadores, que foram reeleitos para a próxima legislatura, preferem aguardar um posicionamento central do partido para se pronunciarem, mas admitem as tratativas.

“Temos bons quadros para contribuir com o município”, afirma Albrecht, enquanto Ramiro diz que a intenção seria “ajudar o governo a errar menos e acertar mais”.

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O Novo, a partir de Camozzato, proferiu algumas críticas à atual gestão durante a disputa eleitoral. Parte do porto central da candidatura do deputado estadual era que Melo, Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT) eram “as velhas caras (que) não conseguem resolver”, enquanto ele seria o “nome pra mudança”, como cantava o jingle da campanha.

“Temos nossas críticas ao governo, tanto que apontamos o que tem de errado durante a campanha. Agora, estamos botando a mão na consciência no sentido de ‘será que nosso papel é só criticar e não atender quando chamados a ajudar’”, reflete Camozzato.

Ele relata ainda que a decisão será coletiva no partido, havendo uma forte salvaguarda em relação à autonomia que o partido teria no governo, caso aceite o convite e indique nomes para alguma secretaria.

Em parte, o convite de Melo ao Novo visa manter a credibilidade do discurso de desburocratização na prefeitura de uma ideologia liberal no governo - bandeiras reivindicadas pelo partido e que, durante o primeiro mandato, foram sustentadas pelo vice-prefeito Ricardo Gomes (sem partido), que será substituído pela militar Betina Worm (PL) a partir de 2025.


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