Seis dos nove candidatos ao Senado expõem propostas na Federasul

Seis dos nove candidatos ao Senado expõem propostas na Federasul

Educação, renegociação da dívida com a União e tributos foram temas recorrentes no painel promovido pela entidade

Flavia Bemfica

Seis candidatos ao Senado participaram de debate promovido pela Federasul

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A renegociação da dívida do RS feita pelo atual governo dentro do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), a necessidade de investimentos em educação, e o sistema tributário foram alguns dos temas mais presentes no painel realizado pela Federasul nesta quarta-feira com seis dos nove candidatos que disputam a única vaga ao Senado pelo Estado nestas eleições. Participaram os candidatos Airto Ferronato (PSB), Ana Amélia Lemos (PSD), Comandante Nádia (PP), Hamilton Mourão (Republicanos), Olívio Dutra (PT) e Professor Nado (Avante).

O painel, dividido em três blocos, não teve interações entre os seis. No primeiro bloco eles fizeram suas considerações iniciais, no segundo responderam cada um, sem conhecimento prévio, a uma pergunta formulada pela diretoria da entidade ou por suas filiadas, e, no terceiro, teceram suas considerações finais.

Em suas intervenções, Airto Ferronato (PSB), atualmente vereador por Porto Alegre, elencou as diversas atividades que já exerceu, destacou sua experiência na área de finanças públicas, criticou os termos nos quais o RS aderiu ao RRF, defendeu a existência de cursos profissionalizantes que atendam a realidade atual, uma estratégia que definiu como “uma política séria de preservação de micro e pequenas empresas” e apresentou a proposta de isenção de impostos para micros e MEIs enquanto os negócios se mostrarem deficitários.

A ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD) assinalou que suas “entregas” durante o cumprimento do primeiro mandato no Senado são conhecidas, chamou a atenção para sua atuação pela área da saúde e alertou que as reformas administrativa e tributária precisam ser encaminhadas nos dois primeiros anos do próximo governo. Mas ressalvou que, em relação a reforma tributária, há conflitos de interesse entre setores dos serviços, comércio e indústria que precisam ser sanados. E disse ter dúvidas sobre a retirada da desoneração sobre determinados setores.

Comandante Nádia (PP), atualmente também vereadora por Porto Alegre, apresentou parte de sua trajetória na Brigada Militar, se comprometeu com a reforma administrativa, com o aumento da fiscalização sobre maus pagadores no caso da tributação e com mudanças no pacto federativo. Ela defendeu ainda a liberdade econômica, a desburocratização, e o que definiu como o desengessamento do orçamento. Por fim, destacou ser contra a liberação das drogas e a favor de alterações na legislação sobre execução penal e processo penal.

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) apontou a necessidade da realização de uma reforma tributária, disse que o Estado precisa cumprir a missão de fornecer saúde, educação e segurança, e que governos não podem gastar mais do que arrecadam. Em dois momentos, fez referência expressa à importância da democracia e do Estado de Direito. No primeiro, definiu como objetivo para o país ser a maior democracia liberal ao sul do Equador. No segundo, destacou o conceito como um dos pilares da civilização ocidental.

O ex-governador Olívio Dutra (PT), lembrou da proposta de mandato coletivo com seus suplentes e criticou os ataques à democracia, definindo esta como um espaço de respeito no qual todos os poderes funcionem bem para a população. Ele disse que os termos da adesão do RS ao RRF precisarão ser renegociados; propôs alteração no pacto federativo; fortes investimentos na educação pública, com relação de parceria com redes privadas; e disse que a distribuição de armas para a população não resolve a falta de segurança e a violência.  

Professor Nado (Avante) centrou fogo contra o formato da adesão do Estado ao RRF, projetando que o RS sofrerá novo estrangulamento em suas finanças a partir da metade de 2023. Ele criticou o fechamento de escolas e alertou para a necessidade de investimentos de porte na qualificação da Educação, reconheceu o peso da carga tributária sobre o setor empresarial, propôs a criação de um fundo constitucional para a segurança pública e instou todos os candidatos ao Senado a assumirem um compromisso contra o orçamento secreto do governo federal.

Assim como havia feito com os candidatos ao governo que participaram de seu painel na semana passada, a Federasul entregou aos candidatos ao Senado um documento com propostas divididas em cinco áreas: Educação/Saúde/Segurança, Equilíbrio Fiscal, Modelo de Gestão, Políticas de Desenvolvimento e Inovação.


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