Sem alianças, PDT enfrenta impasse na disputa pela prefeitura de Porto Alegre

Sem alianças, PDT enfrenta impasse na disputa pela prefeitura de Porto Alegre

Chances de o pré-candidato Vieira da Cunha conseguir apoio estão cada vez mais restritas

Flávia Bemfica

Vieira da Cunha corre contra o tempo para assegurar alianças para as eleições municipais

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As lideranças pedetistas passaram o dia de terça-feira tentando encaminhar uma solução para o impasse que o partido enfrenta na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. O PDT apresentou a pré-candidatura do ex-secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha, mas está com dificuldade em viabilizar alianças. Em passagem relâmpago pela Capital, o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, se reuniu no final da manhã com o prefeito José Fortunati. Depois seguiu, sem Fortunati, para um almoço no apartamento de Vieira, do qual participaram os presidentes estadual, Pompeo de Mattos, e municipal, Nereu D’Avila, vereadores e parte da bancada estadual.

No meio da tarde, enquanto Lupi embarcava de volta para o Rio de Janeiro, a comitiva de Vieira procurou primeiro pelo pré-candidato do PSDB à prefeitura, deputado Nelson Marchezan Jr., e, depois, pelo presidente estadual do PP, Celso Bernardi. Vieira já havia se encontrado reservadamente com Bernardi na segunda-feira. Na terça-feira, ofertou formalmente a vaga de vice na chapa.

“O Lupi está preocupado com a candidatura do PDT, fizemos avaliação do processo e até o final da semana teremos que ter uma definição. Se lançarmos candidato, é preciso uma aliança que permita ter tempo de rádio e TV porque a campanha é curta. E a cada dia que passa, mais e mais partidos vão fazendo suas escolhas e as opções diminuem”, resumiu Fortunati após o encontro com Lupi. O prefeito, mais uma vez, não escondeu sua preferência para que o PDT faça uma coligação com o candidato do PMDB e atual vice-prefeito, Sebastião Melo, indicando o vice na chapa. Mas ressalvou que, se o PDT decidir ter candidato, seguirá o partido.

“O Vieira se lançou, mas não havia feito movimentos mais efetivos, ignorou acenos que tínhamos recebido do PCdoB e do PP e não se mostrava assim tão otimista com as sondagens feitas junto ao eleitorado. Depois do almoço com o Lupi, deu uma acelerada”, disse uma das lideranças partidárias que acompanhou parte do dia de tratativas. O pedetista se refere a afagos trocados com o PCdoB há pouco tempo e, mais recentemente, ao fato de o PP ter enviado um emissário aconselhando Vieira a procurar pelos progressistas e oferecer a vaga de vice. Na ocasião, o ex-secretário avaliou que era “melhor esperar”. Com a evolução do cenário, lideranças progressistas fizeram chegar a Lupi a informação de que Vieira era o quarto em sua lista de preferências que, pela ordem, começaria com Marchezan Jr., seguido por Melo e pelo pré-candidato do PTB, Maurício Dziedricki.

Vieira então também se movimentou na terça-feira e formalizou o convite para que o PP integre sua chapa. “Nossa conversa passa por PDT, PP e PSDB. Convidamos o PP para indicar o vice. Queremos o PP, fazemos gosto, e eles podem comandar metade de Porto Alegre. O Vieira é um candidato muito viável, só precisamos de combustível”, declarou Pompeo.

Marchezan pode alterar cenário

Na terça-feira, ao mesmo tempo em que o pré-candidato Vieira da Cunha (PDT) e sua comitiva conversavam com Celso Bernardi, presidente do PP, na sede estadual da sigla, o pré-candidato do PMDB e vice-prefeito, Sebastião Melo, fazia visita demorada ao PP municipal. “O Bernardi é presidente estadual e ninguém ignora sua força, mas ele não controla o diretório municipal”, resumiu um dos peemedebistas presentes à reunião.

O ideal para o PP em Porto Alegre, admitem progressistas, seria que a candidatura do deputado Nelson Marchezan Jr. (PSDB) se viabilizasse e o PP pudesse indicar um vice para o tucano. Por isso, Vieira procurou por Marchezan, na terça, antes mesmo de falar com Bernardi.

O sonho dos pedetistas que estão com Vieira é dissuadir Marchezan de concorrer e, por tabela, obter o apoio do PP. No PMDB a avaliação é outra. “Se o PP não fechar com o Marchezan, apoia o Melo. O cenário nacional atrapalha muito uma coligação com o PDT, que foi contra o impeachment”, resume um dos articuladores de Melo.


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