Fux diz que não há democracia em país onde a imprensa é regulada
Para o ministro, desinformação não pode circular livremente
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O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, afirmou que a liberdade de imprensa deve ser garantida no país, coibindo censuras e ataques contra profissionais e veículos de comunicação e combatendo a propagação de fake news. O magistrado afirmou que não há democracia nos países onde a imprensa é regulada.
Fux discursou na inauguração de uma exposição sobre liberdade de imprensa no Museu do Supremo. De acordo com o magistrado, "a imprensa não pode sofrer nenhuma forma de censura, seja ideológica ou artística", como está previsto no artigo 220 da Constituição. Também estiveram no evento o ministro Humberto Martins, presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e o presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Marcelo Rech.
"No país onde a imprensa não é livre, um país onde a imprensa é intimidada, onde a imprensa é amordaçada, no país onde a imprensa é regulada, sendo a imprensa um dos pilares da democracia, neste país com tantas restrições a liberdade de imprensa, a democracia é uma mentira e a Constituição é mero papel", disse Fux.
O magistrado destacou que não se deve tolerar a circulação de informações falsas, e que cabe à imprensa a proteção da verdade, principalmente em período eleitoral. "A jornalista ucraniana Olga Yurkova procurou explicar a sedução das fake news. E ela disse que a verdade é muito entediante, mas, evidentemente, devemos ter cuidado com as fake news porque elas desinformam e impedem, entre outros espectros, que o cidadão possa ser bem informado, criar a sua agenda e, acima de tudo, no momento que estamos vivendo, proferir o seu voto consciente e bem informado no momento das eleições", completou o magistrado.