Política

Próximo de anunciar novo secretário da Segurança, Leite considera Ikeda nome "com muita qualidade"

Coronel é o atual secretário-adjunto e um dos cotados para assumir a pasta

Leite participou de evento do PSD em Porto Alegre
Leite participou de evento do PSD em Porto Alegre Foto : PSD / Divulgação

Após participar de um evento realizado pelo PSD de Porto Alegre, com presença de lideranças do partido na Região Metropolitana, o governador Eduardo Leite comentou sobre a troca de comando na Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul e sobre o cenário para as eleições 2026.

O atual titular da pasta, Sandro Caron, informou ao chefe do Executivo que irá deixar o Palácio Piratini para atuar na iniciativa privada, em São Paulo. Apesar da perda, Leite confia que a troca não deve afetar as políticas estaduais para a área, que se tornou uma vitrine de seu governo. Ele também foi questionado pelo Correio do Povo sobre o secretário-adjunto da Segurança, coronel Mario Ikeda, cotado para o cargo.

“Vai ser feito com muita tranquilidade essa escolha, nessa semana a gente deve fechar esse nome. Naturalmente, o coronel Ikeda é um nome com muita qualidade, conhece a segurança pública por dentro, como operador que foi, comandante da Brigada Militar, como secretário-adjunto que é. Um grande nome, mas a definição vai ser feita ao longo dessa semana”, declarou.

“O mais importante é que nós desenvolvemos um processo de gestão na segurança pública que permite que trocas sejam feitas sem sobressaltos, porque tem mecanismo de gestão. O programa RS Seguro tem uma dinâmica de governança que permite que as substituições possam acontecer com naturalidade, sem gerar rupturas. Então, isso é o que importa e o nome será apresentado ao longo dessa semana”, concluiu Leite.

O governador também comentou sobre as eleições gerais de 2026, à qual se coloca como um potencial pré-candidato à presidência. Na semana passada, outro pré-candidato e governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), projetou múltiplas candidaturas nos campos do centro à direita, na medida em que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) estaria fora da disputa.

“As coisas ainda estão se modificando muito no cenário político. Há um mês, cravavam que o Tarcísio era o candidato. Agora já sinaliza que não será candidato. Isso pode mudar novamente. Então as coisas estão se modificando muito. Há três, quatro meses atrás, Lula vinha em queda livre nas pesquisas de popularidade. Os movimentos que foram feitos, inclusive por lideranças da direita, acabaram ajudando o presidente a recuperar algum grau de popularidade. E isso também pode se modificar nos próximos meses novamente. É ainda muito cedo para que a gente possa cravar cenários”, disse Leite.

“Espero ver uma candidatura com o perfil de serenidade, de equilíbrio, mais querendo construir do que destruir adversários e me disponho inclusive a liderar esse processo. Mas sei que uma candidatura depende das circunstâncias, do contexto político, e isso ainda está sendo desenhado”, completou.

Para ele, uma direita pulverizada decorre da própria posição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não deve concorrer após ser declarado inelegível até 2030, mas que ainda não indicou um sucessor em seu campo.

“É possível sim que haja fragmentação e um maior número de candidaturas do centro para a direita. Há fratura causada pela própria situação do Bolsonaro, porque tem um campo que espera a definição do ex-presidente. Não é o meu caso. Entendo que o país precisa ter uma alternativa entre esses dois campos que polarizam, da esquerda e dessa direita um tanto mais radical”, afirmou o governador gaúcho.

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Em não se efetivando um presidenciável, visto que migrou para um partido que tem no governador do Paraná, Ratinho Júnior, um outro pré-candidato, uma possibilidade para o ex-tucano seria concorrer ao Senado Federal. Segundo ele, ainda é cedo para conjecturar uma disputa pelo Casa Alta no RS.

“As questões nacionais vão interferir também na definição das candidaturas ao governo do Estado e ao próprio Senado. Dentro do nosso campo político, temos partidos que compõem a base do governo, que também têm a legitimidade de aspirar a serem protagonistas. Vamos dar início a um processo de discussão para dentro da base do governo sobre essas pretensões e aspirações dos partidos de protagonizar o processo eleitoral, de tentativa de composição por dentro do governo. Nos primeiros meses do ano que vem é que a gente vai ter melhor clareza”, afirmou Leite.

Em crescimento, PSD está otimista para eleições no RS

As novas caras do PSD, assim como os quadros que já estavam no partido, estão otimistas para as eleições do ano que vem no Rio Grande do Sul. Durante evento realizado com o presidente nacional Gilberto Kassab, lideranças da sigla como o próprio governador Eduardo Leite já falavam sobre transformar o PSD no maior partido do Estado. Para as eleições proporcionais, as metas não são menos ambiciosas.

“Nós vamos, sim, eleger uma bancada histórica na Assembleia Legislativa. Vamos chegar a oito deputados estaduais. E vamos fazer também a maior bancada federal de um partido no Rio Grande do Sul. Estamos determinados a isso”, discursou Leite, presidente estadual do partido, durante evento promovido pelo PSD de Porto Alegre.

Vice-presidente estadual do partido e secretário-chefe da Casa Civil estadual, Artur Lemos Júnior reforçou a meta. “O PSD tem projeto para que, na Assembleia Legislativa, fazermos oito deputados estaduais, sendo uma das quatro maiores bancadas da Assembleia Legislativa. Sendo uma das quatro maiores, nos autoriza a ter a presidência da Assembleia. Representarmos um Poder é muito importante, assim como fazemos hoje no Executivo, mas no Legislativo também é muito importante.”

Aliança com o PDT

Além de quadros do PSDB que devem migrar ao PSD na janela partidária, foi presença no evento o vereador de Porto Alegre Márcio Bins Ely, presidente do PDT da Capital. A sigla, apesar de ter Juliana Brizola como pré-candidata ao Executivo, segue como base de Leite e conta com duas secretarias de Estado.

Lemos saudou a presença do dirigente pedetista. "Uma saudação para o PDT, que esteve conosco no segundo turno (em 2022). Hoje, faz parte do governo. A gente tem mantido uma compreensão com o PDT e queremos, para 2026, construir para que essa unidade de partidos possa ter continuidade neste governo, que deu muito certo”, discursou Artur Lemos.

Além da ex-senadora Ana Amélia Lemos, deputados estaduais e vereadores, participaram do evento, por vídeo, Kassab e o vice-governador Gabriel Souza, pré-candidato do MDB ao Palácio Piratini. O ato foi organizado pela presidente do PSD de Porto alegre, vereadora Cláudia Araújo.

"A nível de Brasil, o PSD é muito forte. A nível de Estado, ainda éramos poucos. Hoje, estamos crescendo e fortalecidos com a presença do nosso governador Eduardo Leite, da nossa sempre senadora Ana Amélia Lemos, Artur Lemos, e os deputados Dimas Costa (estadual) e Danrlei (federal)", comemorou Cláudia, citando também outros presentes.