STF inicia julgamento sobre legalidade do orçamento secreto

STF inicia julgamento sobre legalidade do orçamento secreto

Corte analisa ações apresentadas por partidos que dizem haver irregularidades por causa de uso político da verba pública

R7

Sede do Supremo Tribunal Federal, em Brasília

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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na tarde desta quarta-feira (7) o julgamento do orçamento secreto, conhecido tecnicamente como emendas do relator. O tema começa a ser analisado com as sustentações orais dos advogados de partidos e entidades envolvidas, depois vêm os votos da relatora e dos demais ministros.

O mecanismo permite que o Poder Executivo repasse recursos para parlamentares, que destinam a verba para obras nos estados e municípios.

As ações afirmam "que um esquema montado pelo governo federal cria uma ação combinada entre o Congresso e o chefe do Executivo", sendo que "o relator geral usa os poderes para conduzir o orçamento como verdadeiro balcão de negócios".

Neste ano, foram repassados R$11,5 bilhões aos parlamentares na Câmara R$ 5 bilhões no Senado.

De acordo com informações obtidas pelo R7 junto a fontes no Supremo, a tendência é que a corte entenda que os repasses não estão de acordo com a Constituição, vedando este tipo de prática, ou mantendo o orçamento secreto com regras para garantir sua publicidade. 

Nos bastidores, aliados e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva têm afirmado aos ministros que este tipo de mecanismo deixa o Executivo refém do Legislativo, impedindo a governabilidade. 

O julgamento pode ser interrompido se algum dos ministros pedir vista, ou seja, mais tempo para avaliar o caso. Assim, a troca de governo ocorreria sem uma definição sobre o tema.

No entanto, existe a possibilidade de que a presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, conceda uma decisão liminar suspendendo temporariamente os repasses, até que o orçamento secreto seja julgado definitivamente. 


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