Área semeada de arroz no RS cresce 7,8% na safra 2024/2025, aponta Irga

Área semeada de arroz no RS cresce 7,8% na safra 2024/2025, aponta Irga

Expansão atinge 970,1 mil hectares, com aumento em todas as regiões produtoras do Estado

Angélica Silveira

Números da safra de arroz foram aprersentados na 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos

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O Instituto Rio grandense do Arroz (IRGA) apresentou na manhã desta terça-feira, no primeiro dia da 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas os números da safra 2024/ 2025. O evento acontece até esta quinta-feira na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão.

No Estado foram mais 970,1 mil hectares de arroz semeado, área 7,8% maior que na safra passada, quando foram semeados pouco mais de 900,2 mil hectares.

Em relação ao arroz irrigado, todas as áreas plantadas no Estado tiveram acréscimo. Na Fronteira Oeste foram 286,6 mil hectares (8,61% a mais), na Campanha foram 140,8 mil hectares (8,91% a mais), na Região Central foram 123,7 mil hectares (um acréscimo de 4,82%), na Planície Costeira Externa 106,3 mil hectares (6,33% a mais) e na Interna 144,4 mil hectares (um acréscimo de 8,69%).

Já a plantação de soja em terras baixas recuou 13,72% (57,9 mil hectares) passando chegando nesta safra a pouco mais de 364,2 mil hectares. A grande maioria das regiões registrou queda na área plantada. Na Fronteira Oeste foram 26,3 mil hectares (- 47,41% que em 2023/2024).

A exceção foi a Campanha, que teve um leve aumento de 0,21% passando para 87,8 mil hectares e a Região Central que cresceu 100,6% passando para 46,6 mil hectares. Na Zona Sul, o recuo foi de 27,18%, passando para 94,9 mil hectares. Na Planície Costeira Externa passou para 36,8 mil hectares, ou seja, 21,21% a menos e na Interna o recuo foi de 14,77% passando para 71,6 mil hectares.

O presidente do Irga, Rodrigo Warlet Machado, disse que se criou uma rotina de passar os números da safra, no que tange a área plantada no evento.

"Em agosto, na Expointer , a gente passou a intenção, ou seja, o que o produtor projetava e hoje o que realmente se consolidou. Da projeção tivemos ao menos um pouco mais de 2% do que se esperava e fomos para uma área de 970 mil. É uma área que fica dentro daquilo que é esperado de aumento. Nós projetamos mais de 948 mil desses 2% a mais, veio para 970", observa.

A pesquisa é realizada até o final de dezembro. "Esse ano isso se estendeu um pouco mais. Por isso, a importância de ter uma instituição como o Irga, que consegue se ajustar a esses momentos ou esses anos peculiares, onde tivemos, principalmente, na depressão central problemas graves que resultaram das enchentes e refletiu em estender o plantio na região", observa.

Ele destaca ainda a Campanha que teve um aumento importante para o que se consolidou. " Todos os anos são diferentes dos outros a gente projeta, mas a gente ao mesmo tempo tem muito cuidado com esse esses números do Irga. Eles servem de referência, né, pro mercado, então procuramos ser o máximo precisos", relata.

O presidente relata que o Irga se preocupa em demonstrar aquilo que exatamente retrata o campo. "Nos preocupamos em dar pra todos que vão ver e fazer juízo de valor ter esta preocupação e tivemos sucesso", avaliou.

Sobre a abertura, o presidente do Irga acredita que fixar o evento em um só local, como acontece há sete anos no Capão do Leão, fez ela crescer. "Atualmente é a maior abertura de colheita de cereais das Américas, o que nos orgulha muito. Mostra que este grão que tanto representa para o brasileiro, para a sociedade, que trás segurança alimentar pra o país. Enfim, mostra a pujança da cadeia", relata.

Também participaram da apresentação, a diretora técnica do Irga, Flávia Miyuki Tomita, a meteorologista Jossana Cera, que falou sobre as questões do tempo nas últimas safras e o gerente de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) Luiz Fernando Siqueira.

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Após ocorreu a 75° reunião da Câmara Setorial do Arroz, onde foram debatidos os custos de produção dos arrozeiros anunciados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dois eventos ocorreram no auditório Frederico Costa, Também foram repercutidos dados apresentados pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga).

Conforme o presidente da Câmara Setorial, Henrique Dornelles, será encaminhado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e à Conab um questionamento sobre o valor do custo de produção do setor arrozeiro, estabelecido em painel recente sobre o tema, resultando em R$ 76 por saca.

Para ele, o governo se equivoca ao imaginar que o produtor, por este valor, estaria, ainda sim, tendo uma margem satisfatória. O valor médio do custo de produção, conforme o dirigente, é de R$ 90 por saca. "É claro que isso tudo depende da produtividade. Então, há produtores que terão um custo de produção de R$89 e outros de R$ 101. Mas, isso é substancialmente superior aos R$76 ou R$ 85 considerados de certa forma satisfatórios pela Conab", observa.


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