Arroz tem recuo nos preços
Pressão sobre a cotação do grão foi apontada no relatório Agro Mensal do Itaú BBA
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O relatório Agro Mensal do Itaú BBA salienta a pressão sobre os preços do arroz no Brasil, ocorrida no mês de novembro. O estudo destaca informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea Esalq/USP) que indicam uma queda de 7,3%, acumulada até o dia 20. De acordo com o texto, a disparidade entre o valor praticado no Rio Grande do Sul, principal produtor no país, e nos Estados Unidos “pode pressionar as cotações do cereal no mercado interno”. O Agro Mensal considera que a arroz em casca no RS tem preço de 406 dólares a tonelada, sendo 26% superior ao praticado nos EUA, de 321 dólares a tonelada.
Utilizando dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o relatório destaca que a semeadura no Estado atingiu 84% na segunda semana de novembro. Na Fronteira Oeste, o índice chegou a 93% da área prevista. “Em Santa Catarina, o plantio também está avançado, com 96% da área já semeada até 17 de novembro. As chuvas favoráveis no Sul contribuem para o bom desenvolvimento da cultura, com o plantio em linha com a média histórica”, afirma o Itaú BBA.
Projeções diferentes
O relatório compara ainda as estimativas de área plantada para o cereal estabelecidas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Irga para a safra 2024/2025. Para a Conab, seriam 988 mil hectares, contra 948 mil projetados pelo instituto gaúcho. As duas previsões, de qualquer maneira, apontam um resultado de maior oferta e de elevação dos estoques.
“Em São Paulo, maior mercado consumidor, o preço do arroz agulhinha T1 recuou 2,4% no mês, sendo comercializado a R$ 161 o fardo de 30 quilos”, informa o relatório. “A queda nos preços ao consumidor vem ampliando as margens de contribuição da indústria, que subiram para 8% e se aproximam da média histórica de 12%. A expectativa é de que essas margens continuem a melhorar caso os preços pagos aos produtores sigam em declínio”, acrescenta.