Anunciada pelos auditores fiscais da Receita Federal na última quinta-feira, 24, a operação-padrão em despachos aduaneiros, em pontos de fronteira de norte a sul no país, causa prejuízos à olivicultura brasileira. O alerta é do presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes.
O instituto emitiu, na sexta-feira, 25, nota sobre a operação que prevê a verificação de 100% das mercadorias em dois dias da semana, durante as próximas duas semanas. O objetivo dos auditores fiscais é pressionar o governo para concessão de reajuste do vencimento básico da categoria.
De acordo com Fernandes, o procedimento poderá causar congestionamentos e atrasos na liberação de cargas.
“A burocracia imposta compromete não apenas a imagem do Brasil no exterior, mas também desestimula produtores que investem em qualidade, inovação e na construção de uma identidade sólida para o azeite brasileiro”, diz a nota do Ibraoliva.
O diretor da Estância das Oliveiras, Rafael Goesler afirma que, em iniciativa anterior, caixas de amostras chegavam a ficar até 20 dias paradas em Guarulhos (SP), apesar de estarem identificadas como sendo produtos sem venda comercial e que estavam sendo submetidas a premiações.
“Perdemos três premiações internacionais em diferentes países”, relatou Goesler, complementando que o prazo normal seria de, no máximo, 10 dias.