Caso de Newcastle no RS reduz projeção para exportações de frango em 2024

Caso de Newcastle no RS reduz projeção para exportações de frango em 2024

Dez dos 44 países que tiveram embarques suspensos após confirmação do foco em Anta Gorda mantêm restrições ao produto brasileiro, seis das quais somente à indústria gaúcha

Thaise Teixeira

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O caso da Doença de Newcastle (DNC), confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em uma granja comercial de Anta Gorda, em julho, reduz a expectativa das exportações brasileiras de frango em 2024. Contudo, não deverá negativar o saldo final, garantiu o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

A projeção ainda é de remessas recordes, porém com elevação de 2% a 3% ante o resultado de 2023 – e não mais de 5% conforme prognóstico inicial da entidade para o período.

“Foi um caso específico, isolado e o foco já foi declarado encerrado. De 12 amostras só uma positivou para a doença, mas o vírus era o PPMV, típico de frangos silvestres, e não o APMV, típico de frango de produção”, diz Santin.

Não há previsão quanto à retirada dos embargos ainda vigentes. As restrições ainda ocorrem em dez dos 44 países que tiveram as exportações suspensas preventivamente pelo Brasil em 18 de julho, um dia após a confirmação da enfermidade. Apesar de o Mapa comunicar o fim do caso à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) em 25 de julho, as importações brasileiras seguem suspensas por China, Argentina, México e pela Macedônia do Norte.

“Nos apressamos em enviar as informações sobre o encerramento do foco para todos esses países, mas agora cabe a cada país retirar a suspensão. O México, inclusive, pediu informações adicionais já enviadas”, afirma Santin.

Já as restrições somente à produção avícola gaúcha ou ao raio de 10 quilômetros da granja infectada, são válidas na Rússia, na Bolívia, no Chile, no Peru, no Uruguai e na Arábia Saudita.

Segundo o dirigente, as exportações gaúchas de frango embargadas serão redirecionadas para mercados sem proibições, como União Europeia, Reino Unido, principalmente o comprador de peito de frango.

“Exportamos mais de 400 mil toneladas ao mês e projetamos que o impacto não passe de 50 a 70 mil toneladas ao mês. A maioria da exportação gaúcha é de pés de frango, o que somente a China compra 23 mil toneladas ao mês”, explica ele.

O diretor de Mercados da ABPA, Luis Rua, completa que a maior parte do mercado comprador de perna de frango não impôs restrição a ponto de impactar o volume embarcado pelo país.


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