Conab remarca primeiro leilão de arroz importado para 6 de junho

Conab remarca primeiro leilão de arroz importado para 6 de junho

Governo pode comprar até 300 mil toneladas do cereal, que terá o quilo vendido a R$ 4

Thaise Teixeira

Das 65 associadas da Abiarroz, mais da metade são indústrias e cooperativas de beneficiamento do grão estabelecidas no Rio Grande do Sul

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Foi remarcado para o dia 6 de junho, às 9h, o primeiro leilão público para compra de arroz importado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Lançado oficialmente nesta quarta-feira, 29, o edital prevê a aquisição de até 300 mil toneladas do grão beneficiado, longo fino, Tipo 1 da safra 2023/2024.

Veementemente contestado por orizicultores do Rio Grande do Sul, estado produz 70% do arroz consumido no Brasil, o pregão custará até R$ 1,7 bilhão à Conab. No aprovisionamento, estão ainda R$ 20 milhões para despesas administrativas e logísticas, além de R$ 630 milhões do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para equalização de preços.

“Não temos objetivo de afrontar os produtores e temos consciência que eles foram impactados com esse desastre no Rio Grande do Sul. Essa medida não tem nenhum outro objetivo que não seja olhar para o nosso país e nossos consumidores, que, nos últimos 30 dias, já tiveram um aumento de 30% a 40% no preço do arroz”, justificou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

A operação foi autorizada pela Portaria Interministerial MDA/ MAPA/ MF N° 4, publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 28. A normativa sucede as Medidas Provisórias MP nº 1.224 e nº1.225, da última sexta-feira, dia 24. Ambas complementam a MP nº1.217, que autorizou a aquisição de 1 milhão de toneladas do grão beneficiado ou em casca após a tragédia climática no Rio Grande do Sul.

Embora a companhia esteja autorizada a formar estoque de 1 milhão de toneladas do cereal importado até o final do ano, Pretto garante que novas compras serão avaliadas.

“O governo zerou tarifa de importação para países de fora do Mercosul para ter maior oferta. Optamos 300 mil toneladas para equilibrar os preços. Não queremos que o arroz de fora venha competir com o produto nacional e vamos, sim, avaliar o comportamento do mercado antes de fazer outro leilão”, garantiu.

No entanto, o presidente da companhia afirma que a intenção é adquirir a quantidade de arroz equivalente à que foi afetada pelas enchentes.

“Devido às dificuldades de comunicação e de acesso, estamos com dificuldades de ir a campo para mensurar as perdas. O próprio setor chama a atenção para 600 mil toneladas. O que estamos imaginando é que mais possa ter se perdido nos armazéns”, completa Pretto.


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