Custos em alta, preços estáveis

Custos em alta, preços estáveis

Diante dos índices de inflação para o produtor, Farsul sugere cautela nos gastos com a safra

Nereida Vergara

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O produtor rural deve ficar atento às decisões que tomar em relação à safra 2021/2022 pois enfrentará custos mais caros e preços estabilizados. O alerta é feito pela economista dos Sistema Farsul, Danielle Guimarães, com base nos resultados de junho do Índice de Inflação de Custos de Produção (IICP) e do Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR). O IICP, segundo Danielle, apresenta uma sequência de altas desde janeiro, com acumulado do ano chegando a 17,39% e o dos 12 meses a 23,03% (o maior da série histórica, iniciada em 2010). Somente em junho, na comparação com maio, o indicador subiu 1,62%.

“Os insumos que mais influenciaram a alta de custos foram os combustíveis e os fertilizantes, e nem a queda na taxa cambial compensou a elevação dos preços nestes dois segmentos”, observa a economista. Danielle destaca que o produtor deve ponderar bastante antes de fazer investimentos para a próxima safra e frisa que o momento agora é de fazer caixa e não apostar na expansão.

Os preços vão continuar se acomodando, sem tendência de grandes valorizações, ressalta a economista. “Então é bom ter cautela para não correr o risco de fazer da safra 2021/2022 aquela em que se vai quebrar com preços altos”, complementa.

O mês de junho foi o que registrou a primeira queda do ano no IIPR, de 6,73%, mas os preços pagos ao produtor seguem superiores aos praticados no ano passado. Em 12 meses, o índice acumulou alta de 51,74%. “A queda no mês passado indica que os preços estão caminhando para a estabilização, com variações dentro do normal e menos influenciados pelo o que ocorreu em 2020”, finaliza.


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