Depois do veto, agricultura familiar vê poucas chances de obter auxílio emergencial

Depois do veto, agricultura familiar vê poucas chances de obter auxílio emergencial

Governo alegou que projeto não estimava impacto orçamentário e financeiro da ajuda

Nereida Vergara

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A possibilidade de que o projeto de lei que criava medidas de amparo aos agricultores familiares até 31 de dezembro de 2022, dentro do programa Fomento Emergencial de Inclusão Produtiva Rural, ainda venha a entrar em vigor tornou-se remota depois de o presidente Jair Bolsonaro vetar o texto, nesta sexta-feira. Ao justificar a decisão, que impede a concessão de auxílio de até R$ 3,5 mil por família prejudicada pelos efeitos da pandemia, o chefe do Executivo alegou que, a despeito da boa intenção do legislador, a proposição encontra entrave jurídico, já que não faz estimativa do impacto orçamentário e financeiro.

“A chance de derrubada do veto presidencial quando o PL do deputado catarinense Pedro Uczai voltar ao Congresso é praticamente nula, já que a oposição é minoria”, admite o deputado Heitor Schuch, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar. Para Schuch, apostar nessa possibilidade é criar uma falsa expectativa para o agricultor.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Carlos Joel da Silva, também não tem esperança de reversão. “É uma sensação de impotência”, reconhece o dirigente, ressaltando, no entanto, que a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) ainda vai tentar mobilizar parlamentares para derrubar o veto.

Douglas Cenci, coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf/RS), diz que a entidade esperava que o projeto fosse sancionado, pois é para uma população que realmente tem enfrentado dificuldades até para se alimentar.


Correio do Povo
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