Agricultura familiar terá degustação de produtos

Agricultura familiar terá degustação de produtos

Com 109 expositores a mais que em 2019, a Feira de Agricultura Familiar da Expointer 2022 poderá oferecer alimentos e bebidas para o consumidor experimentar e não fará controle de lotação, como ocorreu no ano passado.

Camila Pessoa

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O Pavilhão da Agricultura Familiar volta a receber o público, na Expointer de 2022, para as degustações de produtos coloniais trazidos por agroindústrias de todo o Rio Grande do Sul, pratica proibida durante 2020 e 2021, quando a exposição dos agricultores funcionou com restrições devido à pandemia. O espaço de 7,2 mil metros quadrados começou a ser montado no dia 8 de agosto, sendo finalizado no último dia 24. De acordo com Jocimar Rabaioli, assessor de política agrícola e agroindústria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), neste ano também não vai haver catraca de monitoramento de lotação do pavilhão. 

Diferentemente do ano passado, quando havia 228 expositores em 210 estandes, a feira vai contar com 337 expositores e o mesmo número de estandes, destes 268 são agroindústrias, 52 são artesãos e 17 são floricultores. Além disso, 59 expositores participam pela primeira vez, 95 são liderados por jovens e 66 são liderados por mulheres. A expectativa é de que o rendimento da Feira supere o auferido em 2019, de R$ 4,5 milhões.

Representantes de 166 municípios vão estar no pavilhão. Além dos gaúchos, também participam empreendimentos de Santa Catarina, Minas Gerais e do Rio de Janeiro. De acordo com Rabaioli, o rendimento da feira deste ano deve se aproximar dos R$ 5 milhões, baseado no rendimento de outras feiras, número de excursões esperadas, procura por espaços e expectativa de público. “As expectativas são as melhores possíveis porque estamos em um cenário muito melhor. Estamos prestes a viver uma Expointer normal, então esperamos recordes de público e de negócios”, diz o assessor. 

Esse número e variedade de origens dos expositores é o que confere diversidade ao Pavilhão da Agricultura Familiar, o que é o maior diferencial da feira, ressalta Rabaioli. “Vamos ter queijos, temperos, salame, charque, sucos, geleias, cachaças, derivados de cana, vinhos e licores. Então a diversidade é grande e cada vez mais os expositores nos surpreendem com lançamento de produtos”, relata. Alguns destes alimentos vão estar no Concurso de Produtos da Agroindústria Familiar, que neste ano incluirá a categoria doce de leite.

Segundo Bruna Fogiato, diretora do Departamento de Agricultura Familiar e Agroindústria da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (DAFA/SEAPDR), a nova categoria foi criada porque há uma grande quantidade de produtores que têm doce de leite para oferecer e a pasta tem a intenção de estimular a melhoria de qualidade desse produto. As inscrições para o concurso estarão abertas nestes, sábado e domingo, dias 27 e 28 de agosto. “No ano passado, tivemos 90 agroindústrias e acreditamos que vamos superar esse número”, afirma Bruna. O julgamento é feito por jurados técnicos, de instituições como a Embrapa e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Cucas italiana e alemã, ao contrário dos demais produtos, vão ser julgadas pelo público, por meio de degustação e nota. 

José Teixeira, fundador da Casa do Mel TX, ganhou na Expointer de 2021, pela terceira vez, o primeiro lugar no Concurso de Produtos da Agroindústria Familiar. O empreendimento também já levou o segundo lugar e venceu concursos estaduais e regionais. Agora, Teixeira está preparando o estoque para a 45ª Expointer que, além dos méis silvestre e de eucalipto tradicionais, inclui própolis, balas de mel, cera, além de amostras de colmeias e EPIs para a apicultura. Conforme o produtor, a novidade deste ano é um mel de melhor qualidade, pois houve uma boa florada de angico e a Casa busca melhorar a cada ano. Teixeira também relata uma produção melhor este ano, de 20 toneladas, ante as 15 do ano passado. 

A expertise é o diferencial da Casa do Mel TX. “Sou apicultor há mais de 30 anos e para mim o que conta bastante é a experiência na produção e beneficiamento, na manipulação do mel”, relata. Segundo ele, é importante escolher locais com boas floradas e isentos de poluição para implantar as colmeias, além de ter higiene ao manipular o mel. Em 2021, a Casa do Mel TX levou cerca de uma tonelada do produto e vendeu todo o estoque. Este ano, Teixeira pretende levar a mesma quantidade, mas afirma que há possibilidade de trazer mais produtos, caso haja necessidade de reposição. 

A Casa do Mel TX, existe há 15 anos, mas já vem de uma tradição de três gerações da família Teixeira, à qual o nome faz referência. José Teixeira participa da Expointer há 25 anos, desde antes do Pavilhão da Agricultura Familiar ser criado.


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