Correio Rural Debates aborda a capacitação para a tecnologia no campo

Correio Rural Debates aborda a capacitação para a tecnologia no campo

Tema pautou a estreia do Correio Rural Debates na 46ª Expointer

Thaíse Teixeira

Debate reuniu representantes do campo e da indústria para avaliar os impactos do rápido avanço tecnológico nas produção de grãos, especialmente após a pandemia de Covid-19

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A capacitação da mão-de-obra é, atualmente, o maior desafio da tecnologia agrícola no campo. A percepção pautou a estreia do Correio Rural Debates na 46ª Expointer. Realizado na casa do Grupo Record RS, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, a plenária reuniu representantes do campo e da indústria para avaliar os impactos do rápido avanço tecnológico nas produção de grãos, especialmente após a pandemia de Covid-19.

Confira o debate completo aqui.

Conforme o diretor de Marketing da Jacto, Wanderson Tosta, a disponibilidade de profissionais aptos a operar sistemas e equipamentos automatizados e interconectados está mais lenta que o desenvolvimento de soluções para ampliar a produtividade. "Hoje, fornecemos cursos não só aos nossos revendedores como diretamente aos clientes e às suas equipes. Iniciamos na modalidade on-line, mas seguimos na presencial porque nada substitui o aprendizado do operador quando pode aprender na prática", explica. Entre os avanços, cita a utilização de materiais mais leves para diminuir o impacto do maquinário sobre o solo, como plásticos, a precisão na aplicação de defensivos de acordo com a exata demanda do cultivo e das características da área onde foi plantada e a atenção aos acessórios que garantem o conforto dos operadores.

O presidente do Sindicato das Indútrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) Cláudio Bier exemplifica a demanda de colheitadeiras, plantadeiras e pulverizadores. "Hoje, o produtor vai colhendo as lavouras e termina o processo com o mapa da necessidade dos insumos da área para a próxima safra", destaca. O dirigente cita também equipamentos que permitem acelerar a velocidade de plantio em até três vezes, podendo esse ser acompanhado em tempo real, por vídeo e no celular, pelo próprio gestor. "Os pulverizadores têm sensor que leem a planta e identificam sua exata necessidade de nutriente", relata. Razões como essa, assinala, têm feito com que o parque de máquinas da Expointer atraia milhares de visitantes de todo o país, o que resulta em "números fabulosos", como ele mesmo diz. "Só na edição passada, faturamos 6,6 bilhões na Expointer. E, neste ano, esperamos repetir o resultado, pois sabemos que o momento é diferente", projeta, referindo-se à grandiosidade do evento passado, dada a então retomada da exposição após dois anos de restrições sanitárias e de circulação em função da pandemia.

O representante da Irmãos Soldera Agropecuária, Leonardo Soldera, pertence à terceira geração da família e afirma que a capacitação da mão-de-obra é indispensável para a obtenção de resultados no campo. No entanto, revela que, na propriedade da família, produtora de soja, milho, genética e gado de corte em Integração Lavoura-Pecuária (ILP), já verifica uma movimentação dos próprios trabalhadores em busca do conhecimento. "Há algum tempo, tivemos uma máquina que parou no campo. Ao invés de nos avisar sobre o ocorrido e esperar que acionássemos a assistência técnica, o próprio operador procurou a solução e resolveu. Foi na internet, estudou sobre o tema e solucionou a questão. Percebo que eles, agora, também querem se qualificar, querem aprender e manifestam muito interesse pelas novidades", conta.

Para a coordenadora de Desenvolvimento Mercado para o Agronegócio da Braskem, Ana Antônia de Paiva, a tecnologia agrícola iniciou um processo evolutivo que, hoje, anda de braços dados com o produtor, especialmente para equilibrar a sustentabilidade e a rentabilidade. O cenário é perceptível desde o fornecimento de matéria-prima para a indústria de transformação, pontua, até a própria produção. "Como exemplo, podemos citar os silo bolsas, solução usada para armazenar grãos. Também podemos falar da irrigação por gotejamento, que se utiliza de tubos gotejadores de água. Há também soluções para armazenagem de silagem pré-secada ou mesmo uso do filme na cobertura de solo, que evita o crescimento de plantas daninhas e retém a umidade da terra. São todas soluções produzidas por clientes que utilizam as matérias-primas produzidas pela Braskem", conclui.


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