Codesul realiza reunião com representantes da cadeia produtiva do tabaco na Expointer

Codesul realiza reunião com representantes da cadeia produtiva do tabaco na Expointer

Setor pediu que representantes dos quatro estados levem ao governo federal a demanda para que eles possam participar da 10ª Conferência das Partes da CQCT

Correio do Povo

Deputado federal Marcelo Moraes, proponente do encontro, pediu que o setor tenha participação da Conicq

publicidade

O Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) realizou, na tarde desta quinta-feira, na 46ª Expointer, uma reunião comandanda pela secretária-executiva e secretária da instituição no Rio Grande do Sul, Micheli Petrycom, com a cadeia produtiva do tabaco. O objetivo do encontro foi escutar as demandas e os desafios do setor, além de preparar ações conjuntas dos quatro estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul) que fazem parte do Codesul para a 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), entre os dias 20 a 25 de novembro, no Panamá.

Em 2005, o Brasil assinou a CQCT, que é o primeiro tratado internacional de saúde pública, desenvolvido pela Organização Mundial da Saúd e que traz em seu texto medidas para reduzir o tabagismo em proporções mundiais, abordando temas como propaganda, publicidade e patrocínio, advertências, marketing, tabagismo passivo, tratamento de fumantes, comércio ilegal e impostos.

Diante das secretárias do Codesul de Santa Catarina, Vânia Oliveira Franco, e do Mato Grosso do Sul, Magda Correa, e do secretário do Paraná, Orlando Pessuti, além do secretário de Agricultura de Santa Catarina, Valdir Colatto, o vice-presidente de relações industriais Sinditabaco, Valmor Thesing, demonstrou preocupação com a posição que o Brasil irá tomar na convenção.

“O governo federal que deveria estar defendendo a cadeia, pois exportamos 90% do produto produzido vem tomando medidas contra o setor. Desde o início do ano, o setor está bem alinhado com a ajuda dos parlamentares, que criaram uma subcomissão que realizarou sete audiências nos municípios produtores com o objetivo de levar o posicionamento para o governo federal. Ele está pronto e precisamos levar essa voz para o governo federal. É aí que vejo a importância do Codesul de nos ajudar a sensibilizar o governo brasileiro. Em resumo, o posicionamento é que não tomem nenhuma medida contra a produção do tabaco no Brasil, que geral US$ 2 bilhões ao ano e gera 40 mil empregos diretos”, pediu Thesing.

Já o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, destacou a importância do tabaco para as 124 mil famílias que o produzem e pediu ao Codesul que leve o pedido ao governo federal de que o setor tenha representantes na conferência no Panamá.

“Não podemos ficar parados e olhando no que vai acontecer na CQCT. Nem espectadores podemos ser, pois fomos expulsos das convenções. E quando se entende das convenções das partes, uma delas é a cadeia inicial, a produtiva. Por isso, a nossa reivindicação é mais do que justa. Queremos ser considerados, no mínimo, ouvintes, participando do debate e, se possível, defender a nossa parte”, destacou Werner.

Na sequência, o deputado federal gaúcho Marcelo Moraes, que foi um dos incentivadores do encontro, demonstrou preocupação com as decisões tomadas pelo governo federal em relação a cadeia produtiva do tabaco. “Ontem foi recriada a Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco e de seus Protocolos (Conicq) e a indicação para a presidência é uma ativista antitabagista que vai falar em nome do Brasil diante da convenção. Estamos pedindo socorro, pois se estes estados que dependem da produção não fizerem uma movimentação junto ao governo brasiuleiro, temos medo que a cadeira produtiva do tabaco tenha um prejuízo muito grande. Nossa sugestão é que possamos fazer parte desta Conicq para levar o contra ponto”, afirmou. Moraes ainda destacou que outra sugestão para o governo federal é que ele discuta na convenção o contrabando, pois 57% dos cigarros que entram no país são desta forma e gera um prejuízo de R$ 10 bilhões aos cofres públicos.

Na parte final, Micheli Petrycom pediu que todos os envolvidos na cadeia do Tabaco enviem sugestões ao Codesul. A intenção da secretária-executiva é reunir os representantes dos quatro estados para discutir o tema e fazer os encaminhamentos.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895