Desafios da cadeia produtiva da piscicultura gaúcha em debate na 44ª Expointer

O terceiro dia da 44ª Expointer foi marcado pelo debate dos desafios da cadeia produtiva da piscicultura - ramo que desenvolve o cultivo de peixes - no Rio Grande do Sul e no Brasil. Em painel virtual promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a Emater/RS-Ascar e a Famurs, especialistas discutiram os impactos econômicos do setor na cadeia alimentar e no contexto familiar e as principais dificuldades dos produtores independentes.

Extensionista e assistente técnico de piscicultura da Emater/RS-Ascar, João Alfredo Sampaio, lembrou que o Estado viveu um momento difícil com a estiagem e também com a Covid-19 nas etapas do cultivo e da produção neste ano. Apesar disso, em datas onde o consumo de peixes é potencializado, o RS comercializou mais de 118 milhões de reais em vendas de pescados, conforme dados da Emater e da Seapdr, o que reitera o poder dos pequenos piscicultores. "Em 2021, na Semana Santa, 472 cidades confirmaram a venda de peixes, somando 5.004.524kg, resultando em um total de R$ 118.656.897,93 girando em nosso território gaúcho somente nesse período", explicou Sampaio. "Resultados bastante animadores", acrescentou. Do total comercializado, 87% ocorreu com origem na criação e na produção dos peixes.

Representante da Seapdr, Marco Aurélio Rotta abordou o aspecto legal da piscicultura e a evolução das legislações neste sentido. Em 1° de junho de 2021, o Estado instituiu a lei de política estadual de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura no RS. "Agora, precisaremos criar grupos de trabalho para "casar" a nova legislação de tanque e rede com normativas já estabelecidas que precisam ser revistas para criarmos algo uníssono e ambientalmente seguro neste sistema de criação no Rio Grande do Sul", pontuou. 

Na finalização do evento, a secretária de Agricultura, Silvana Covatti, pediu a palavra e garantiu que o governo está ao lado dos piscicultores e vê este setor como algo fundamental na produção do "alimento humano". "Seremos fomentadores através da Sedpr, através dos diagnósticos, do trabalho. Queremos estar juntos e ao lado dos produtores nessa produção de qualidade", concluiu.  

A íntegra do seminário, que contou também com participação dos piscicultores e envolvidos na cadeia produtiva do pescado, Marcelo Treviso, da Natupeixe, Francisco das Chagas Medeiros, da PeixeBR, Guinter Dalferth, da Piscicultura Dalferth, Delmar José Kohler, do Frigorífico FrigoKohler, e Aldi Feiden, da Unioeste, está disponível nas redes sociais da Emater/RS-Ascar.