Estreantes levam novos sabores ao pavilhão das agroindústrias na Expointer

Estreantes levam novos sabores ao pavilhão das agroindústrias na Expointer

Tradicional espaço completa 25 anos e conta com 372 expositores, dos quais 73 participam do evento pela primeira vez

Patrícia Feiten

Ivani Marcolim Sonaglio, de Bento Gonçalves, aposta em versões inusitadas de doces e faz sucesso na feira com geleia de morango e espumante

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Um dos espaços mais populares e visitados da Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar é uma vitrine da diversidade de sabores e da criatividade que destacam a trajetória dos pequenos produtores e empreendedores rurais gaúchos. Neste ano, a mostra completa 25 anos de realização com um recorde de inscritos. São 372 expositores, sendo a maioria representada por agroindústrias de um grande número de alimentos, como pães, biscoitos, geleias, doces, molhos artesanais, queijos, embutidos, sucos e bebidas alcoólicas. Desses negócios, 73 participam do evento pela primeira vez, na expectativa de se consolidar no mercado ou ampliar seus canais de venda.

Um desses estreantes, Ivani Marcolim Sonaglio trouxe para a feira mais de 2 mil potes de geleias tradicionais e de uma recém-lançada linha “gourmet”, que inclui os sabores jabuticaba, abacaxi com hortelã e a maior estrela do seu estande, a versão à base de morango e espumante. À frente da marca Geleias Ivani, a empreendedora conta que a agroindústria foi criada há 40 anos, em Bento Gonçalves, e optou pelo caminho da inovação para celebrar o quadragésimo aniversário e ter um diferencial competitivo no mercado. “Quando casei, minha sogra já estava produzindo geleias. A gente foi se aperfeiçoando cada vez mais, começamos a vender de casa em casa”, lembra Ivani.

Segundo a empreendedora, o apoio do Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF) ajudou a impulsionar o negócio. Ao longo da Expointer, ela espera dar mais visibilidade aos produtos, oferecidos em embalagens de 730, 320 e 180 gramas, e prospectar pontos de venda em Porto Alegre. “Quero ter uma boa venda, mostrar que temos um produto diferenciado, todo artesanal, feito só com fruta e açúcar”, destacou Ivani, que também produz casquinha de laranja cristalizada e nozes carameladas.

Sueli Zago, de Hulha Negra, apresenta aos visitantes queijos coloniais e doce de leite. Foto: Guilherme Almeida

Também em sua primeira experiência em Esteio, a Agroindústria Zago preparou um estoque de quase uma tonelada de queijos coloniais e 600 potes de doce de leite. Instalada em Hulha Negra, elabora ainda queijo mussarela fatiado, requeijão e leite condensado – todos os itens são processados a partir de uma produção própria de 500 litros de leite, segundo a proprietária, Sueli Zago. Com apenas dois anos de atividade, o estabelecimento nasceu como uma resposta a dificuldades comuns enfrentadas por quem se dedica à pecuária leiteira no Estado. “O preço (do leite) estava muito baixo, estava inviável produzir, aí a gente resolveu construir a agroindústria para industrializar o leite e valorizar mais (a produção)”, disse Sueli.

Os lácteos da marca são comercializados em feiras regionais e fornecidos a escolas e unidades militares, por meio dos programas de aquisição de alimentos do governo federal. A empresa também recebe encomendas pelo Whatsapp e faz entregas diretas em sua região. “Todo mundo que vem para a Expointer diz que vende bem, então a gente está com esperança de que os produtos vão sair”, afirmou Sueli.

Luis Pacheco veio de Cachoeira do Sul para participar da feira, onde oferece pães, biscoitos e salgados, entre outros produtos. Foto: Guilherme Almeida

O empreendedor Luis Pacheco, da Agropanificados, de Cachoeira do Sul, também estava entusiasmado para a feira. Com 12 anos de atividade, a agroindústria é outra novata na Expointer e abasteceu seu estande com 60 caixas de mercadorias, incluindo pão sovado, pão de milho, biscoitos amanteigados, bolachas de bombom, cucas e salgados. “O pessoal recém está chegando, é o primeiro dia. Minha esperança é que a feira seja boa”, comentou Pacheco. Em razão de problemas com a máquina de cartão de crédito pela manhã, ele estava aceitando pagamentos em dinheiro e PIX.

O casal Douglas e Karla Assmann viajou do município de Feliz a Esteio com o objetivo principal de mostrar os animais de raça da Expointer à filha Isabela, de dois anos e oito meses. Eles chegaram no início da manhã deste sábado e, em uma passeio pela mostra de agroindústrias, compraram suco de maçã, cuca e porongos para casas de passarinho. Karla, que visitava a Expointer pela primeira vez, elogiou a grande variedade de alimentos oferecida nos estandes. “Estamos gostando bastante, está tudo bem organizado, bem limpo”, acrescentou Douglas.

Uma das organizadoras da exposição de agroindústrias, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) fez uma avaliação positiva do primeiro dia do evento. “O bom tempo deste sábado ajudou a fazer com que o público comparecesse e prestigiasse a feira e, em especial, o Pavilhão da Agricultura Familiar desde cedo”, disse a secretária-geral da entidade, Jaciara Muller. Com base nesses resultados iniciais, a Fetag projeta superar as vendas da edição passada, quando o espaço movimentou mais de R$ 8 milhões.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895