Expointer abrirá exceção para entrada de animais com papilomatose

Expointer abrirá exceção para entrada de animais com papilomatose

Regulamento da 45ª edição da feira possibilita extração cirúrgica de “verrugas” a tempo de os bovinos serem reapresentados à inspeção

Thaíse Teixeira

Procedimento vai ser supervisionado pela fiscalização oficial do evento

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Os bovinos que forem detectados com papilomatose pelo serviço sanitário oficial da 45ª Expointer poderão ser reapresentados no desembarcadouro do Parque Assis Brasil, em Esteio. Mas a segunda chance de participar da feira, que ocorre de 27 de agosto a 4 de setembro, ocorrerá somente após avaliação e autorização da Comissão de Defesa Sanitária Animal (CDSA), composta por servidores vinculados ao Departamento de Vigilância e Defesa Animal (DDA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR). Motivo de polêmica em edições anteriores por impedir o ingresso de cargas para leilões e julgamentos, a doença infectocontagiosa é caracterizada pelo aparecimento de “verrugas” no couro dos animais.

A mudança consta do Regulamento da Exposição de Animais da Expointer 2022, divulgado pela SEAPDR, no Capítulo 4, na regra que proíbe a reapresentação de cargas em desacordo com as exigências sanitárias. A possibilidade será aberta para os casos em que os pequenos tumores benignos sejam passíveis de cauterização. “A alternativa será oferecida após avaliação da comissão veterinária e terá de obedecer rigorosos padrões sanitários e protocolares”, alerta a diretora do DDA, Rosane Collares.
A retirada das lesões poderá ser realizada no próprio parque ou em outro local, desde que mitigue a contaminação. “O procedimento somente poderá ser feito por médico veterinário, contratado pelo proprietário ou pertencente às universidades que oferecem serviços no local”, explica Rosane.

O serviço veterinário oficial acompanhará as remoções, devendo receber respectivo laudo médico e realizar nova inspeção nos exemplares. “O procedimento precisa ser muito bem-feito, pois o sangue remanescente na lesão pode causar viremia”, ressalta a diretora. Se liberados, os bovinos poderão ser submetidos a procedimentos terapêuticos, executados pelo médico veterinário indicado pelo responsável.

As normas com relação à febre aftosa seguem as já adotadas na última Expointer, a primeira a ocorrer após o Rio Grande do Sul ser oficializado como livre da doença sem vacinação. “Só podem entrar bovinos e bubalinos dos estados que não vacinam”, lembra Rosane. A participação de ovinos e caprinos não se enquadra na regra. “Mas se vierem de locais que vacinam contra a aftosa, precisarão apresentar testes negativos para a doença”, ressalva a diretora.


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