Importância da água em destaque na Emater

Importância da água em destaque na Emater

Principal órgão no atendimento da assistência técnica rural aos agricultores e pecuaristas gaúchos, a Emater/RS montou suas áreas temáticas neste ano privilegiando o uso e a conservação da água como recurso essencial

Camila Pessôa

Técnicos da Emater vão demonstrar estratégias de cultivo irrigado de olerícolas − as hortaliças produzidas no Rio Grande Sul, como as cebolas, as batatas e as verduras folhosas −, inclusive para o cidadão urbano interessado em plantar em pequenos espaços.

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Em um ano marcado por estiagem, o tema central da programação da Emater/RS-Ascar na 45ª Expointer é “Água: uso e preservação”. Com esse tema “guarda-chuva”, 15 áreas temáticas são apresentadas: agricultura de base ecológica, água, agroindústria, biodiversidade, bovinocultura de leite, caminhos do mel, fruticultura, olericultura, pecuária familiar, piscicultura, plantas bioativas, kokedamas, secagem e armazenagem de grãos, inspeção de pulverizadores e pesca e aquicultura. “Tendo em vista que passamos por uma estiagem este ano, optamos por trazer a água como insumo essencial, então todas as temáticas abordadas se voltam para a água, com assuntos como irrigação, proteção de fontes e como utilizar o recurso”, explica o gerente regional da Emater/RS-Ascar em Porto Alegre, Elias Kuck.

A entidade vai simular uma fonte onde vão ser feitas demonstrações de manejos de limpeza e de preservação da água. A fonte é um dos atrativos no espaço de 14 mil metros quadrados, que, segundo Kuck, serve para representar a complexidade do trabalho da instituição, que vem sendo permanentemente aprimorado.

Entre principais atrações, aponta o gerente regional, está o Caminhos do Mel, atividade em que serão expostos os trabalhos da apicultura e meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão). Para Kuck, essas atividades são destaques porque nelas o público, em especial as crianças, pode ver os enxames e acompanhar práticas de alimentação e manejo das abelhas. Outra atração importante é a maquete que representa a evolução da agricultura familiar gaúcha e seus diferentes aspectos. “Vai ser um destaque porque tem um apelo para o público urbano”, comenta o gerente. 

Outras das 15 áreas temáticas é a da olericultura, que ocupa três ambientes no espaço da Emater. O primeiro ambiente é uma horta com produção de tecnologia agroecológica; o segundo é uma estrutura em formato de cúpula onde há demonstração do uso de bioinsumos; e o terceiro e maior espaço é composto por uma estufa, onde há demonstrações a respeito da produção e do substrato das olerícolas, com ênfase em sistemas hidropônicos e semi hidropônicos, seguindo o tema principal da entidade, que é a utilização e preservação da água. No espaço também é abordada a produção de olerícolas em ambiente urbano. “Como de praxe, pelo atendimento ao público da Expointer, nós também temos algumas tecnologias de produção em pequenos espaços, em pequenos recipientes, que sempre podem ser adotados mesmo pela pessoa urbana”, comenta o extensionista da Emater/RS-Ascar responsável pelos espaços da olericultura e fruticultura na Expointer, Luis Bohn. 

A Emater/RS-Ascar também traz novas variedades de plantas, algumas ainda em testes, em especial de repolho e alface, que suportam principalmente altas temperaturas. De acordo com Bohn, isso é de interesse da produção gaúcha, que passou por uma escassez de hortaliças folhosas devido às altas temperaturas registradas no último verão. Ele destaca as novas tecnologias para este segmento, a em especial aquelas que possibilitam a produção em bancadas. “Muito procurada por alguns agricultores”, comenta Bohn. As bancadas são feitas a partir de substratos contidos em um sistema de calhas suspensas, mais baratas para o produtor. 

O espaço da fruticultura também ocupa três ambientes. O primeiro ambiente vai destacar as frutas produzidas no Rio Grande do Sul, que têm excelência em sabor e muitas vezes também em volume de produção, como é o caso da melancia. O segundo ambiente é o que demonstra sistemas protegidos para produção de morango e abacaxi. Por fim, o terceiro ambiente é um sistema agroflorestal. “O sistema agroflorestal consiste em arranjos possíveis de produção de frutas, grãos e até mesmo pecuária associados principalmente com sistemas florestais”, diz Bohn. O técnico afirma que tais práticas tem trazido excelentes resultados em relação à estabilidade, sustentabilidade e principalmente da conservação da água disponível, resultando em cada vez mais vida ao solo e dessa forma preservando “o maior patrimônio da agricultura, que é a terra”, declara o extensionista. 

“Queremos que os gaúchos saibam que o Rio Grande do Sul é importante produtor de frutas, que nós temos destaque nacional, temos volume de produção de frutas, temos sistemas de produção muito bem sustentados, como a produção de banana, as cadeias das olivas, da noz-pecã, da citricultura, entre outras tantas como a viticultura e pêssego”, complementa Bohn.


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