Painel do Leite discute convergências entre RS e países do Mercosul na cadeia de produção de leite

Painel do Leite discute convergências entre RS e países do Mercosul na cadeia de produção de leite

Evento ocorreu na casa do Correio do Povo na Expointer e foi transmitido nas plataformas digitais do jornal

André Malinoski

Painel do Leite foi transmitido diretamente da casa do Correio do Povo na Expointer

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O Painel do Leite discutiu as convergências entre o Rio Grande do Sul e os países do Mercosul em relação à cadeia de produção de leite, nesta terça-feira, na Casa do Correio do Povo no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Promovido pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS) e com apoio da Tetra Pak, o evento foi transmitido pelas plataformas digitais do CP.

Os participantes debateram por uma hora e meia como o leite pode aproximar e integrar os países produtores do Mercosul. Estiveram no debate o secretário executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, Fernando Cardoso, e o embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Valles Galmés, que interagiu diretamente de Brasília. A cônsul-geral do Uruguai em Porto Alegre, Liliana Buonomo Zabaleta, informou sobre a agenda de visita à Expointer do ministro uruguaio da Pecuária, Agricultura e Pesca, Fernando Mattos.

O embaixador Guillermo Valles Galmés iniciou o painel. “Quero cumprimentar os irmãos e irmãs brasileiras pelo Sete de Setembro, o Dia da Pátria. Precisamos refletir sobre os 30 anos do Mercosul, onde muitas coisas foram feitas. Temos que seguir aprofundando o Mercosul e as cadeias produtivas, sobretudo naqueles setores em que nossos países são competitivos. Os biomas compartilhados por nossos países indicam claramente que é esta a região geográfica, mas também outras, como o Centro-Oeste do Brasil, onde fica a reserva natural para alimentar uma população que até 2050 vai ser de 2,5 bilhões de pessoas”, afirmou Galmés.

“Há um grande objetivo, não somente produzir os alimentos. Temos a obrigação e a competência para produzirmos alimentos saudáveis, naturais e sustentáveis do ponto de vista ambiental”, acrescentou. “Necessitamos produzir uma alimentação segura, integrar nossas cadeias produtivas, deixar as brigas pequenas e manter o olhar no horizonte. Precisamos reconhecer as dificuldades que temos no setor do leite, também no Uruguai e na Argentina. Devemos melhorar a competitividade de nossos produtos. Precisamos olhar para fora do Mercosul, fazermos uma bancada conjunta dos setores leiteiros dos nossos quatro países para pensar no Oriente Médio, nos países do Golfo, na Ásia e como podemos melhorar nossa participação internacional. Há uma economia em transformação que busca ser menos afetada pela produção de CO2”, enumerou o embaixador.

Foto: Alina Souza

O chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, Fernando Cardoso, destacou como acontece o funcionamento das ações da Embrapa. “Temos o compromisso de levarmos a tecnologia para o campo. Até a década de 1970, o Brasil era importador de alimentos, importávamos feijão e carne, por exemplo. De lá para cá quadruplicamos a produção, muito em função do uso da tecnologia. A Embrapa trabalha com carne, leite no bioma Pampa. Trabalhamos para entregar alimentos altamente saudáveis e melhorem a saúde das pessoas. Os produtores são nossos grandes parceiros”, disse. “Neste sentido, nada melhor do que o leite, com tantas características implícitas de nutrientes. O leite por si só já é um alimento que preenche essas características”, completou.

Por sua vez, o secretário executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini, abordou o tema dos preços. “Discutir os preços, sabendo que são a consequência de cada processo, que precisa ser evolutivo, isto nos aproximou de assuntos estratégicos no setor produtivo do leite. Este setor precisa evoluir. Se compararmos com a cadeia de suínos e aves, em termos de tecnologia, essas produções estão na frente. Dentro da estratégia de pensar o setor do leite, esta aproximação via Embrapa Sul, de Bagé, com o Uruguai seria fundamental. Além do Uruguai, temos a produção do leite no Pampa. Cada país tenta olhar somente a sua economia, quando sabemos que, na verdade, é um bloco. A própria União Europeia enfrenta problemas assim.”

Conforme o secretário executivo, é necessário ocorrer a evolução de determinadas pautas. “O carbono neutro é uma nova exigência do novo consumidor. Temos pautas em comum com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, como a questão sanitária, por exemplo. Os principais estados brasileiros atingiram o certificado de área livre de febre aftosa. Mas quando olhamos especificamente a produção do leite vemos muitos pontos que convergem. Temos uma produção de leite nos três estados do Sul muito parecida com o Uruguai e a Argentina em função do bioma”, observou.


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